Cruise pode ser multada por reter detalhes de acidente com robotáxi 

Após um de seus robotáxis atropelar e arrastar por 6,1 metros um pedestre em São Francisco (EUA), em outubro, a Cruise pode ser condenada a pagar US$ 1,5 milhão em multas e sanções adicionais por não divulgar os detalhes do acidente as autoridades responsáveis. Segundo a Reuters, a Comissão de Serviços Públicos da Califórnia (CPUC) notificou a divisão de autônomos da General Motors para uma audiência em 6 de fevereiro. 

O que aconteceu? 

Desde outubro, quando ocorreu o acidente (um dos mais graves), a Cruise enfrenta desafios; Na ocasião, o robotáxi da empresa não conseguiu parar ante a um pedestre que havia acabado de sofrer outro atropelamento, colidindo com a vítima novamente; Após o caso, a NHTSA revogou as licenças da companhia para rodar nos EUA e abriu uma investigação contra a empresa; Recentemente, ambos os fundadores da Cruise, Kyle Vogt e Daniel Kan, também renunciaram seus cargos; Com o cenário, a divisão da GM decidiu reduzir gastos. Após demitir funcionários dos setores de manutenção e produção dos AVs, a Cruise tenta uma restruturação e, com isso, deve enxugar ainda mais seus custos. 

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De acordo com a CPUC, a Cruise está sendo notificada por “enganar a Comissão por meio de omissão quanto à extensão e gravidade do acidente” e “fazer comentários públicos enganosos sobre suas interações com a Comissão“. A ordem veio direto de um juiz de direito administrativo do CPUC. 

Ashlyn Kong, analista da Comissão, acrescentou que as informações fornecidas pela empresa foram “imprecisas”. “Um vídeo completo foi compartilhado apenas em resposta a uma solicitação de dados mais de duas semanas após o incidente.” 

O órgão pontuou que a empresa levou 15 dias para fornecer o relato completo do acidente e isso pode levar a uma multa de até US$ 1,5 milhão — o que será decidido em audiência. 

[A descrição da Cruise] omitiu que o Cruise AV havia se envolvido na manobra de pulôver que resultou no arrasto adicional do pedestre por mais 20 pés (6,1 m) a 7 mph (ca. 11 km/h). 

CPUC em documento oficial. 

Em comunicado, a Cruise disse que “está comprometida em reconstruir a confiança com nossos reguladores e responderá em tempo hábil à CPUC”. A empresa tem até 18 de dezembro para entregar uma “declaração verificada” que inclua fatos e argumentos relativos às acusações da CPUC. 

Cruise em crise 

Desde o acidente, o qual inicialmente a Cruise negou responsabilidade, a empresa vem declinando. Após ter licenças para circular revogadas, a companhia precisou realizar um recall dos veículos, interrompendo todas as operações e a produção do Cruise Origin, seu elétrico projetado para oferecer o serviço de mobilidade sem motoristas (robotáxis). 

Nas mudanças mais recentes, a Cruise também anunciou um novo diretor administrativo na empresa — os cofundadores renunciaram aos seus cargos de CEOs após a alteração. 

Em crise, a companhia colocou em ação um plano de reestruturação baseado em corte de gastos, já que a divisão de robotáxis da GM já perdeu mais de US$ 700 milhões no terceiro trimestre deste ano, e mais de US$ 8 bilhões desde 2016. 

Embora a Cruise esteja confiante de que se reerguerá em breve, inclusive com um plano de retomada (veja aqui), investidores apontam que a recuperação da empresa levará tempo. “Não será uma emissão de um, dois, três ou mesmo seis meses.” 

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