IA permite que visitantes “conversem” com pintor van Gogh em exposição

Você já imaginou visitar exposições de famosos artistas do passado e poder conversar com eles sobre as obras? Parece algo impossível, mas a inteligência artificial tem mostrado que não. O Museu de Orsay, em Paris, tem usado a IA para trazer de volta à vida uma das figuras mais famosas e influentes da história da arte ocidental, o pintor Vincent van Gogh.

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IA analisou cartas do pintor

A experiência “Bonjour Vincent” (bom-dia, Vincent, em português) foi criada por engenheiros a partir do uso da inteligência artificial para analisar cerca de 900 cartas que o artista escreveu durante os anos 1800, bem como as primeiras biografias sobre ele.A ferramenta permite que os visitantes conversem com van Gogh.No entanto, as perguntas feitas ao pintor, especialmente sobre o motivo dele ter se matado, evidenciaram que o algoritmo ainda precisava de alguma orientação humana sobre como abordar tais questionamentos.“Eu imploraria o seguinte: apegue-se à vida, pois mesmo nos momentos mais sombrios, sempre há beleza e esperança”, disse a IA em uma das respostas.As informações são do The New York.

Veja a IA do pintor Vincent van Gogh respondendo questionamentos:

Crédito: YouTube/Jumbo Mana

Artista é retratado com base na realidade?

A iniciativa faz parte de um esforço maior do museu, uma instituição pública apoiada pelo governo francês, para modernizar seu enorme acervo, que tem origem no século 19. Para isso, foram firmadas parcerias com várias empresas. A criação da IA de van Gogh, por exemplo, levou quase um ano.

Uma das perguntas que nos fizemos foi em que ponto esse van Gogh era o verdadeiro van Gogh. Foi importante mostrar como essa tecnologia não será apenas um projeto comercial, mas cultural que pode melhorar a exibição do conhecimento.

Agnès Abastado, chefe de desenvolvimento digital do Museu de Orsay

O desenvolvimento da ferramenta ficou a cargo da Jumbo Mana. A startup de tecnologia agora planeja lançar o programa van Gogh A.I. nos dispositivos Alexa no próximo ano. A empresa está trabalhando em um projeto semelhante baseado na vida do poeta francês Arthur Rimbaud, outro artista radical que experimentou alucinações e as bordas da consciência.

Somos capazes de dar vida a esses personagens, mas não estamos tentando renascê-los. No momento, estamos trabalhando com historiadores para garantir que nosso van Gogh possa ser mais preciso.

Christophe Renaudineau, presidente-executivo da Jumbo Mana

Mas o uso da IA não agradou muitos historiadores de arte. Os especialistas criticam a mercantilização das pinturas de van Gogh. Além disso, ressaltam que o retrato do pintor apresentado pela inteligência artificial está longe de estar completo. Eles alegam que a tecnologia fornece respostas diferentes para a mesma pergunta, misturando fatos históricos com informações irrelevantes.

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