Pandas têm sua própria “rede social”, aponta estudo

Um estudo publicado na revista Ursus analisou pandas-gigantes (Ailuropoda melanoleuca) da Reserva Natural de Wolong, no sudoeste da China, e chegou a uma conclusão bastante interessante. Segundo os pesquisadores, os animais não são solitários (como se imaginava) e até possuem sua própria “rede social” para comunicação nas florestas.

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Comunicação entre pandas

Os pandas-gigantes são raros e vivem em locais remotos, especialmente nas florestas da China.Os pesquisadores basearam o estudo nos sinais deixados pelos animais na natureza e descobriram que eles usam a marcação por cheiro para rastrear amigos e membros de suas famílias.Além disso, deixam atualizações sobre eventos da vida e verificam o cenário de encontros.Os responsáveis pelo trabalho afirmaram que, após meses, era “bastante evidente que eles estavam trocando informações por meio do comportamento de marcação de cheiro”.As informações são da revista Galileu.

Panda-gigante em floresta chinesa (Imagem: reprodução/Jindong Zhang)

Descobertas dos pesquisadores

Após encontrar as marcas deixadas pelos animais foi necessário associar elas à estrutura social dos pandas. Nessa etapa, os pesquisadores utilizaram técnicas e teorias que se aplicam aos humanos para entender as redes sociais.

A conclusão foi que as árvores marcadas pelos pandas são como as mídias sociais que humanos usam na internet. “Elas permitem que um indivíduo transmita algo para muitos outros, e são um registro”, destacaram os cientistas.

Para saber quais ursos eram próximos uns dos outros, os pesquisadores tiveram que extrair dados das fezes dos animais. Os pandas-gigantes defecam até 90 vezes ao dia, o que resulta em rastros confiáveis para a ciência.

Além disso, como há DNA nos dejetos, foi possível identificar os ursos próximos às árvores marcadas e determinar se eles eram parentes ou não, e, assim, aprofundar o estudo sobre os laços sociais dessas criaturas.

Definimos dois indivíduos de panda a uma certa distância um do outro como uma associação. Mesmo que eles não estejam se comunicando diretamente ou se encontrando fisicamente, eles podem trocar informações sobre a assinatura química do cheiro. Isso gerou a rede social para a análise.

Thomas Connor, autor principal do estudo

As árvores com cheiro estão repletas de informações para os pandas. Elas revelam, por exemplo, quem é o animal que deixou a marca, caso o farejador já o tenha encontrado antes. Além disso, informam o sexo do marcador, dão uma ideia de quão dominante e grande é esse urso e se ele está pronto para acasalar.

A equipe também descobriu que fora de períodos de acasalamento, os pandas tendem a ficar mais com outros membros da família. Porém, o comportamento deles mudava durante épocas favoráveis à reprodução, nas quais eles aparentemente usam as árvores marcadas com seus cheiros como um mapa de seu território.

Os pandas fazem parte de sistemas humanos e naturais acoplados, nos quais os humanos compartilham seu habitat. Tudo o que pudermos aprender sobre como pandas vivem e do que precisam pode, em última análise, ajudar a informar boas políticas de conservação e talvez entender um pouco mais nosso próprio comportamento.

Jianguo Liu, diretor do Centro de Integração de Sistemas e Sustentabilidade da Universidade Estadual de Michigan

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