Israel x Hamas: TikTok mostra vídeos impróprios para crianças, aponta jornal

Um experimento realizado pelo The Wall Street Journal aponta que menores de idade são “inundados” por conteúdos relacionados à guerra entre o grupo terrorista Hamas e Israel no TikTok. E muitos desses vídeos são impróprios para crianças.

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O experimento

O The Wall Street Journal criou oito contas automatizadas, ou bots, registradas como usuários de 13 anos para o experimento.Poucas horas depois da inscrição, o TikTok começou a divulgar algumas contas com conteúdo altamente polarizado, refletindo posições muitas vezes extremas pró-palestina ou pró-Israel sobre o conflito. Vários vídeos mostram imagens de explosões, foguetes e famílias aterrorizadas pela guerra.Tudo isso mesmo sem que os usuários criados seguissem qualquer perfil relacionado ao conflito.Isso acontece porque a rede social determina qual conteúdo deve ser apresentado a partir de um algoritmo baseado no que os usuários assistem e não nas contas que eles seguem.

Guerra em Gaza (Imagem: Anas-Mohammed/Shutterstock)

Guerra domina feed

Pesquisas mostram que os jovens recebem cada vez mais notícias no TikTok. No entanto, o experimento do jornal não seguiu esse padrão. A maioria dos conteúdos (seis em cada sete, para ser mais preciso) foi postado por influenciadores, ativistas, contas anônimas ou até pelo governo israelense.

Em uma das contas criadas, o primeiro conteúdo relacionado à guerra surgiu como o 58º vídeo veiculado pelo TikTok. Logo depois, o feed foi inundado por imagens de protestos, crianças sofrendo e descrições de morte.

Um dos perfis criados pelo The Wall Street Journal foi definido para o modo restrito. Segundo o TikTok, essa opção limita o conteúdo considerado não adequado para todos os públicos. Mesmo assim, isso não impediu que a guerra fosse o assunto principal dos conteúdos apresentados no feed.

Uma porta-voz da rede disse que o experimento do jornal “de forma alguma reflete os comportamentos ou experiências de adolescentes reais no TikTok”. De acordo com ela, “pessoas reais curtem, compartilham e pesquisam conteúdo, vídeos favoritos, postam comentários, seguem outras pessoas e desfrutam de uma ampla gama de conteúdo no TikTok”.

Não é normal para nenhum adulto ver essa quantidade de conteúdo, mas para as crianças, é como dirigir 100 quilômetros por hora sem nenhuma lombada de velocidade, sendo constantemente inundada com conteúdo desmoralizante e emocional. Nenhuma criança deveria assistir a vídeos atrás de vídeos de crianças em guerra por horas por dia. Ser atingido com esse conteúdo dia após dia começa a podar a capacidade das crianças de emocionar e processar o que estão vendo, e elas simplesmente começam a ser apáticas.

Larissa May, fundadora da #HalfTheStory, organização sem fins lucrativos de educação focada no bem-estar digital de adolescentes e na influência da tecnologia na saúde mental

Segundo o TikTok, entre 7 de outubro (data de início da guerra) e 30 de novembro, foram removidos mais de 6,9 milhões de vídeos com conteúdos impróprios e 2,4 milhões que promoviam terrorismo ou atos violentos.

Além disso, impediu que contas de menores de idade visualizassem mais de um milhão de vídeos com conteúdo relacionado à violência. A empresa ainda disse que seus recursos de controle familiar permitem que os pais filtrem palavras-chave e restrinjam as pesquisas pela conta de uma criança. 

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