NASA responde objeção de nativos a levar restos mortais para Lua

As empresas Astrobotic e United Launch Alliance (ULA) querem enviar DNA e restos mortais humanos para a Lua, no módulo Peregrine, na próxima segunda-feira (08). O líder dos Navajos, povo nativo da América do Norte, apresentou uma objeção formal à NASA sobre a empreitada. E a agência espacial estadunidense respondeu, na quinta-feira (04).

Para quem tem pressa:

As empresas Astrobotic e United Launch Alliance (ULA) planejam enviar DNA e restos mortais humanos para a Lua no módulo Peregrine, o que despertou controvérsias especialmente entre povos nativos que veem a Lua como um lugar sagrado;O líder dos Navajos, Buu Nygren, apresentou uma objeção formal à NASA, no qual descreve a missão como “ato de profanação” e pede o adiamento do lançamento do foguete com o módulo;A NASA esclareceu que, por se tratar de uma missão comercial, as empresas não necessitam de aprovação da agência para cargas não-científicas;Joel Kearns, da NASA, reconheceu que as missões comerciais podem levar a controvérsias e indicou que as primeiras missões servirão para agências avaliarem como regular futuramente o acesso à Lua.

O líder nativo Buu Nygren descreveu a intenção das empresas como “ato de profanação”, porque a Lua “ocupa posição sagrada em culturas indígenas” – entre elas, a dos Navajos – e pediu o adiamento da missão. Mas o processo de aprovação da carga não passa pela agência em missões comerciais, explicou Chris Culbert, gerente do programa Commercial Lunar Payload Services (CLPS) da NASA.

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O que está em discussão

(Imagem: muratart/Shutterstock)

De acordo com o briefing científico divulgado pela agência espacial dos EUA, a missão é um esforço privado e comercial. E o texto acrescenta: a NASA simplesmente contratou o transporte de suas cargas científicas para a Lua.

Além do material humano, o Peregrine vai levar uma grande variedade de instrumentos científicos desenvolvidos pela NASA que pavimentarão o caminho para futuras explorações lunares no programa Artemis.

Ainda segundo Culbert, as empresas “não precisam limpar essas cargas” (se referindo ao DNA e restos mortais) antes do lançamento. “Então, essas são verdadeiramente missões comerciais, e cabe a eles vender o que vendem. Não temos arcabouço para dizer a eles o que podem ou não podem levar no voo”, escreveu.

Joel Kearns, administrador associado adjunto para exploração no Diretório de Missões Científicas na sede da NASA, admitiu que missões comerciais podem levar a mais controvérsias. “Com essas novas oportunidades e formas de fazer negócios, reconhecemos que algumas cargas comerciais não-NASA podem ser motivo de preocupação para algumas comunidades.”

No entanto, Kearns apontou que tanto a NASA quanto outras agências espaciais usarão as primeiras missões comerciais para avaliar como regular o acesso à Lua no futuro. Em relação à missão do dia 8, o governo dos EUA formou um grupo para revisar as objeções do povo Navajo e o pedido de adiamento.

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