Fósseis de 1,75 bilhão de anos podem revelar segredos sobre a evolução da vida na Terra

Pesquisadores identificaram a mais antiga evidência direta de fotossíntese. A descoberta aconteceu após análise de fósseis de 1,75 bilhão de anos coletados na Austrália, Canadá e República Democrática do Congo.

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Novo método foi utilizado pelos pesquisadores

Um estudo publicado na revista Nature apontou que os fósseis continham evidências de cianobactérias, a forma de vida mais antiga conhecida na Terra. Os cientistas acreditam que as cianobactérias surgiram pela primeira vez de 2 a 3 bilhões de anos atrás, antes de evoluir para serem capazes de produzir oxigênio, ou fotossíntese oxigenada.Esses fósseis analisados apresentavam estruturas fotossintéticas, conhecidas como membranas tilacóides, que contêm pigmentos como a clorofila, que convertem luz em energia química por meio da fotossíntese.As informações são da Live Science.

Fóssil fornece evidências de fotossíntese há 1,75 bilhão de anos (Imagem: Emmanuelle Javaux)

Marco importante para entender a evolução da vida na Terra

As cianobactérias foram preservadas em uma argila de lama que foi compactada ao longo do tempo até se tornar rocha. Os pesquisadores usaram uma técnica chamada microscopia eletrônica de transmissão (TEM) para observar as membranas e outros pequenos detalhes preservados nos fósseis.

Em vez de usar a luz para criar imagens de objetos, o método usa elétrons, que têm um comprimento de onda muito menor do que a luz, permitindo que vejamos detalhes muito mais finos até o nível atômico. Os cientistas bombardeiam uma amostra com um feixe de elétrons. Alguns elétrons passarão, enquanto outros serão absorvidos ou espalhados por partes mais densas do objeto.

Encontrar essas membranas nos diz que [essas células] são de fato cianobactérias que estão realizando fotossíntese oxigenada. Isso atrasa o registro fóssil dessas membranas em 1,2 bilhão de anos.

Emmanuelle Javaux, paleobióloga da Universidade de Liège, na Bélgica, e autora principal do estudo

Identificar o momento exato em que as cianobactérias evoluíram a capacidade de produzir oxigênio é um marco importante na história da vida na Terra. A concentração de oxigênio na atmosfera aumentou dramaticamente há cerca de 2,45 bilhões de anos, no que é conhecido como o Grande Evento de Oxidação.

O aumento do oxigênio atmosférico permitiu a respiração aeróbica para muitas formas de vida e aumentou a taxa em que os minerais intemperizaram e forneceram nutrientes para diferentes ambientes. No entanto, os cientistas não sabem se o Grande Evento de Oxidação foi desencadeado pela evolução da fotossíntese oxigenada, ou se outros eventos ecológicos ou geológicos ocorreram primeiro.

Embora a fotossíntese de cianobactérias seja geralmente aceita como a principal razão pela qual as concentrações de oxigênio aumentaram, fatores como erupções vulcânicas ou uma diminuição do nível de ferro nos oceanos também podem ter desempenhado um papel.

A idade das estruturas fossilizadas no novo estudo se encaixa bem nos limites das teorias atuais de quando cianobactérias com membranas tilacóides surgiram. O uso de microscopia eletrônica pelos pesquisadores potencialmente abre caminho para reanalisar amostras fósseis mais antigas e existentes com a mesma técnica de imagem para identificar exatamente quando as cianobactérias evoluíram.

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