A pedra viking de 1362 escrita 600 anos depois

Olof Öhman, um imigrante sueco vivendo em Minnesota, nos Estados Unidos, alegou em 1898, ter encontrado em uma pedra viking cheia de runas que data do ano de 1362. Acredita-se que a chegada dos povos nórdicos na América antecede o desembarque de Cristóvão Colombo, e a descoberta de Öhamn até poderia corroborar para isso, se não fosse uma grande farsa.

Para quem tem pressa:

A pedra é uma farsa porque a linguagem usada nela não se adapta a usada no século 14;Algumas das runas são anteriores ou posteriores ao momento em que foram escritas;Além disso, diversos livros sobre runas foram encontrados sob a posse de Öhamn.

O imigrante sueco afirmou ter encontrado a tábua escondida em meio às raízes de uma árvore. A tradução das runas revelou a história de dois grupos de exploradores escandinavos que teriam sido atacados por povos indígenas. 

Oito geats e vinte e dois noruegueses em uma jornada de exploração de Vinland ao oeste. Acampamos perto de dois recifes, a um dia de viagem ao norte desta pedra. Um dia íamos pescar. Depois que voltamos para casa, encontramos dez homens vermelhos de sangue e mortos. AVM (Ave Virgo Maria) salve [nos ] do mal. [Temos] dez homens à beira-mar para cuidar de nossos navios, a quatorze dias de viagem desta ilha. [No] ano de 1362.

Tradução das runas inscritas na pedra

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A farsa da pedra viking

Existem evidências da chegada de povos vikings a América que são anteriores a 1492, no entanto, não há indícios de que eles tenham chegado no interior do continente, exceto por essa pedra cheia de runas.

Durante muito tempo ela foi tida como verdadeira, mas uma investigação revelou ser uma farsa. A linguagem presente na pedra não é a utilizada em 1362, sendo mais ajustada a compreensão da língua usada no século 19. Além disso, algumas das runas não eram mais utilizadas no período em que elas teriam sido escritas, assim como outras se tornaram comuns apenas depois.

Acredita-se que Öhamn tenha escrito as runas baseadas no livro “The Well-Informed Schoolmaster”,  de Carl Rosander. Uma cópia desse livro, datada de oito anos antes de Öhamn “encontrar” a pedra, foi achada em posse dele, junto de outros livros sobre runas.

Em um artigo, o antropólogo Michael Michlovic aponta que a pedra e a lenda dos Vikings em Minessota foi tida por muitos como verdade, devido a uma comunidade escandinava orgulhosa de suas heranças. Além disso, a lenda contrapõe os indígenas, tidos como selvagens, e os nórdicos, corajosos e ousados.

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