Túmulos do império romano contam história triste de família

Um agricultor encontrou dois túmulos no norte da Bulgária, com cerca de 1.800 anos cada (datando do império romano), que revelam a história triste de uma família de ricos proprietários de terras do período. As sepulturas foram descobertas em dezembro de 2023, e recentemente detalhes das investigações foram divulgados.

Para quem tem pressa:

Um dos túmulos continha os restos mortais de um casal de adultos, enquanto o outro, um pouco mais antigo, continham o esqueleto de uma criança;Os arqueólogos acreditam que as sepulturas pertencem provavelmente a uma família em que o filho morreu primeiro e foi enterrado pelos seus pais;Agora, os pesquisadores estão investigando os objetos e o local onde as tumbas foram encontradas para entender mais sobre essa família.

Os túmulos foram encontrados enquanto um agricultor arava suas terras na aldeia de Nova Varbovka. A região, no período romano, pertencia à província de Mésia e, por causa disso, arqueólogos do Museu Regional de História de Veliko Tarnovo foram chamados para realizar investigações.

A análise revelou que os túmulos foram construídos com tijolos e revestidos com gesso, sendo cobertos com uma grande laje de calcário. O maior deles, com cerca de três metros de comprimento, continha os restos mortais de um homem e uma mulher que morreram provavelmente entre 45 e 60 anos de idade, além de joias, moedas e vasos de cerâmica e vidro.

A sepultura menor foi construída pouco antes e continha o esqueleto de uma criança de dois a três anos e um medalhão raro. A joia representa a visita feita no ano de 214 pelo imperador romano Édito de Caracala – que governou entre 198 e 217 – ao templo de Asclépio, o deus da cura, em Pérgamo, na Ásia Menor ou atual Turquia.  

No tumulo menor foi encontrado um medalhão raro (Crédito: Kalin Chakarov)

As sepulturas parecem ter pertencido a uma família, de acordo com os pesquisadores em resposta ao LiveScience, e o calcário que reveste as paredes aparentam ser de uma pedreira da cidade romana de Nicópolis ad Istrum.

Essa peculiaridade e outras indicações me fazem pensar que os falecidos estão de alguma forma relacionados ao território de Nicópolis ad Istrum.

Kalin Chakarov, arqueólogo do Museu de História Regional de Veliko Tarnovo

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Origem dos falecidos nos túmulos

Acredita-se que devido ao medalhão, a família enterrada nos túmulos era da Ásia Menor, o que é consistente com o fato de que a cidade de Nicópolis ad Istrum foi construída principalmente por pessoas dessa região do império romano. Os pesquisadores apontam que um exame de DNA poderia confirmar isso. No entanto, o museu ainda não possui orçamento para esse exame.

Os artefatos encontrados nos túmulos incluem objetos dos sepultados, como joias feitas de contas de vidro e ouro, moedas, uma luminária, um sapato de couro e garrafas de vidro, que estão sendo investigados pelos arqueólogos. Agora, os pesquisadores pretendem continuar realizando os estudos para descobrir onde os falecidos viviam. Acredita-se que tenha sido perto do cemitério.

Nos tumulos foram encontradas joias feitas de contas de vidro e ouro (Crédito: Kalin Chakarov)

Acho que é uma triste história familiar da primeira metade do século III. Uma criança morta, enterrada pelos pais, que tiveram seu último descanso no mesmo local onde enterraram o filho.

Kalin Chakarov

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