Casos de Síndrome de Down são encontrados em genomas antigos de sociedades passadas

Pesquisadores do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva (MPI-EVA) investigam o DNA de humanos antigos já há algum tempo. As análises permitem que eles rastreiem movimentações, ancestrais e até mesmo patógenos. Agora, eles também conseguiram identificar condições genéticas incomuns, como a Síndrome de Down.

No estudo publicado recentemente na Nature Communications e liderado por Adam “Ben” Rohrlach, os pesquisadores encontraram, entre o DNA investigado, seis indivíduos que apresentaram um número elevado de sequências do cromossomo 21. Essa anomalia só poderia ter sido explicada por um cromossomo 21 a mais, o que caracteriza a Síndrome de Down.

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Detalhes das pessoas encontradas

Um dos indivíduos foi encontrado em cemitério na Finlândia, que data dos séculos XVII a XVIII;Já os outros são mais antigos, tendo entre dois mil e cinco mil anos;Esses cinco indivíduos foram descobertos na Grécia e na Bulgária, em locais que datam da Idade do Bronze, e na Espanha, em locais que datam da Idade do Ferro.  

Atualmente, a Síndrome de Down não é condição que impede que as pessoas tenham vida longa, mas, no passado, não era isso o que acontecia. Dos seis indivíduos identificados no estudo, apenas um deles atingiu cerca de um ano de vida. 

Além dos restos mortais, os cientistas também encontraram nesses locais mais informações sobre esses indivíduos, como objetos que foram sepultados juntos.

Os cinco sepultamentos pré-históricos, por exemplo, estavam enterrados dentro de antigos assentamentos e alguns carregavam bens funerários especiais, como colares de contas coloridas, anéis e conchas do mar.

Estes enterros parecem nos mostrar que estes indivíduos foram cuidados e apreciados como parte das suas sociedades antigas.

Adam “Ben” Rohrlach, em comunicado

Outras condições além da Síndrome de Down

Além dos casos de Síndrome de Down encontrados pelos pesquisadores, que era o objetivo do estudo, também foi descoberto um indivíduo com outra condição;Ao invés do cromossomo 21, esse DNA ancestral possuía fração alta de sequências do cromossomo 18, o que indica que ele tinha três cópias dessa estrutura;Essa condição é conhecida como Síndrome de Edwards e está associada a problemas de saúde mais graves;A descoberta também foi feita em sítio arqueológico da Espanha da Idade do Ferro, o que deixou os pesquisadores intrigados.

Neste momento, não podemos dizer por que encontramos tantos casos nestes locais, mas sabemos que pertenciam às poucas crianças que receberam o privilégio de serem enterradas dentro de casa após a morte. Isso já é indício de que eles eram vistos como bebês especiais.

Roberto Risch, coautor do estudo

Agora, os pesquisadores esperam aprofundar as investigações para entender como as sociedades antigas reagiram a indivíduos “que poderiam ter precisado de ajuda ou que eram simplesmente um pouco diferentes”.

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