Rituais de sacrifício eram comuns em toda a Europa neolítica; saiba mais

Os rituais envolvendo sacrifícios humanos eram comuns em toda a Europa na Idade da Pedra, segundo estudo, publicado nesta quarta-feira (10) na Science Advances, de uma equipe de investigadores, que tentou estimar a quantidade de vítimas de sacrifícios no continente.

Segundo o Gizmodo, os pesquisadores começaram com estudos de esqueletos escavados em Saint-Paul-Trois-Châteaux, tumba neolítica localizada no Vale do Ródano (França).

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Investigação dos sacrifícios humanos

Dois dos restos mortais eram de mulheres, que, segundo a equipe, foram forçadas a assumir posições que levavam à asfixia;Inclusive, uma delas, ao menos, pode ter sido enterrada viva;A seguir, eles pesquisaram a frequência de enterros similares em toda a Europa para determinar se os supostos assassinatos eram fruto de rituais;A investigação detalhada descobriu que a asfixia era um ritual homicida existente há pelo menos dois mil anos, quando essas vítimas foram mortas;Portanto, esses rituais começaram entre seis mil e 5,5 mil anos atrás.

“O principal desafio da arqueologia, especialmente na pré-história, onde estão ausentes registos escritos, é distinguir o sacrifício ritual de outras formas de violência ritualizada”, escreveram os autores da pesquisa.

No sentido horário, a partir do canto superior esquerdo: vista de três esqueletos no local; reconstrução dos restos mortais; vista do indivíduo inferior com pedra no topo dos restos mortais; fragmento de rebolo cobrindo a cabeça do indivíduo mais à direita (Imagem: Ludes et al., Sci. Av. 10, eadl3374 [2024])

São vários os indicadores: provas de morte violenta, o posicionamento de seus restos mortais e até irregularidades demográficas nos indivíduos mortos. Vários corpos encontrados em pântanos (que geralmente estão bem-preservados e encontrados em pântanos antigos no norte europeu) exibem sinais de rituais de sacrifício.

O sítio de Saint-Paul-Trois-Châteaux onde os esqueletos estudados estavam era orientado para solstícios, fazendo o time de pesquisadores hipotetizar que o local era venerado para fins agrícolas por meio dos sacrifícios humanos.

A disposição específica [dos corpos] – empilhados uns sobre os outros e entrelaçados com fragmentos de pedras de amolar – implica colocação mais enérgica e deliberada, sugerindo fortemente que a sua morte provavelmente ocorreu dentro do contexto do enterro.

Equipe de pesquisadores no estudo

Foram documentados estrangulamentos homicidas por ligaduras em toda a Europa. Neste tipo de ritual violento, costuma haver tornozelos das vítimas amarrados e suas gargantas deitadas contra o solo. Essa posição faz com que a vítima se autoestrangule.

Além dos contextos arqueológicos envolvidos, gravuras rupestres mesolíticas encontradas mais distantes, na Itália, na Caverna Addaura, retratam esta forma de sacrifício humano.

Foram estudados, ainda, 20 pessoas em outros 14 locais, desde onde está a atual Espanha, até a República Tcheca, bem como no extremo norte da atual Alemanha até o sul da Sicília (Itália). A idade de cada sítio varia entre 5.400 a.C. a 3.534 a.C.

Quatro das supostas vítimas de sacrifício eram crianças, sendo três localizadas no mesmo espaço na Espanha: Bobila Madurell Sud.

“Este fenômeno cultural poderia ter-se diversificado na Europa Central e estruturado a ritmos diferentes durante quase dois milênios antes de culminar no final do Neolítico Médio”, finalizaram os investigadores.

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