E se a Terra tivesse anéis iguais aos de Saturno?

Muitos podem argumentar que um planeta com anéis, como Saturno, ficam esteticamente mais bonitos. E ainda que a Terra não tenha anéis para “embelezá-la”, fica a dúvida científica: o que aconteceria se o nosso planeta tivesse anéis? Uma questão que o site IFL Science tratou de responder.

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Primeiro, é preciso entender que anéis se formam a partir de corpos sólidos que se aproximam muito de um planeta.

Existe um intervalo chamado limite de Roche: dentro do limite, as forças de maré do corpo primário, no nosso caso, a Terra, seriam muito fortes e desintegrariam um satélite. Depende do raio do corpo primário e da densidade dos dois corpos, portanto não é apenas um valor único.

Por exemplo: se pensarmos na Terra e na Lua, a Lua poderia orbitar até 9.500 quilômetros antes de ser destruída. Os destroços formariam o anel, no caso de Saturno, um anel gelado.

Para ter um anel gelado como Saturno, a Terra precisaria ter uma Lua gelada sendo destruída na órbita da Terra. Para ser despedaçada, seria necessário aproximar-se cerca de 5.300 quilômetros.

Imagem: 3000ad – Shutterstock

O único problema é que o gelo não se mantém bem em nossa órbita, é por isso que os corpos do sistema solar interno são tão secos. Portanto, os anéis que mais dariam certo na Terra seriam formados por rochas.

A “criação” de anéis como esses não seria tão trabalhosa. Bastaria puxar com segurança um asteroide de tamanho considerável para perto da Terra. As forças das marés fariam seu trabalho e, com o tempo, um belo anel apareceria.

O fenômeno funciona em corpos grandes e pequenos. Asteroides como Chariklo têm anéis e podem permanecer estáveis durante 10 milhões de anos.

A sua estabilidade também é importante. O tamanho das partículas que compõem os anéis importa muito, assim como a presença de luas pastoras, minúsculos satélites que ajudam a equilibrar as forças. É preciso uma aldeia para manter os anéis em órbita.

Crédito: 19 STUDIO – Shutterstock

Os anéis duram para sempre?

Infelizmente, não. Os de Saturno podem ter até 400 milhões de anos, se não forem mais jovens.

Em um primeiro momento isso parece bastante, mas para um planeta com 4,5 bilhões de anos, representa menos de 10% da sua vida.

A destruição dos anéis acontece constantemente, com partículas voando no planeta.

Em Saturno, a lenta destruição dos anéis aquece uma porção específica da atmosfera superior. É provável que a Terra sofresse o mesmo com seus anéis. A altitude mais baixa para os anéis é provavelmente de cerca de 1.000 quilômetros. As partículas abaixo dessa altitude seriam arrastadas muito rapidamente pela atmosfera extremamente rarefeita.

As consequências desta chuva de anéis são incertas, já que não é um problema que tenhamos de enfrentar. No entanto, especialistas imaginam que não seria um problema pequeno.

Para matar a curiosidade de como ficaria um planeta com anéis, é possível que se saiba a partir de Marte, ao menos quem estiver por aqui daqui a algumas dezenas de milhões de anos, quando a lua de Marte, Fobos, será destruída pelo planeta, e um sistema de anéis se formará no entorno.

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