Rastros de Covid podem ficar no sangue por até 14 meses, diz pesquisa

Apesar do fim há muito tempo da fase mais crítica da pandemia, muita gente ainda tem medo da Covid-19. E não é para menos: foram mais de 5 milhões de mortes em todo o mundo, número considerado subnotificado por alguns especialistas.

Outro aspecto da doença que gerou muito pavor na sociedade é a chamada Covid longa, ou seja, pessoas que ficaram com alguns sintomas por várias semanas ou meses.

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Cientistas de todas as localidades continuam estudando essa e outras modalidades da Covid, o coronavírus em si e as novas e velhas variantes.

Um grupo nos Estados Unidos, mais especificamente na Universidade da Califórnia, parece ter encontrado uma explicação para esses casos persistentes.

Em artigo na revista The Lancet Infectious Diseases, os pesquisadores mostraram que, após a infecção pelo SARS-COV-2, algumas partículas virais do coronavírus foram encontradas no sangue de algumas pessoas até 14 meses depois da recuperação.

Detalhes sobre o estudo

A equipe obteve amostras de plasma congelado de 171 adultos que foram recrutados para um outro estudo em 2020.

A grande maioria eram pessoas que pegaram a doença no início da pandemia.

Os cientistas compararam essas amostras com o plasma de 250 pessoas coletado antes de 2020, ou seja, antes de sabermos da existência da Covid.

A plataforma de detecção procurou sinais de três antígenos do SARS-CoV-2: a proteína de superfície S1, a proteína do nucleocapsídeo e a proteína spike.

No total, fizeram testes em 660 amostras do grupo pandêmico, abrangendo períodos de 3-6 meses, 6-10 meses e 10-14 meses após as infeções originais por Covid-19.

Imagem: Nhemz/Shutterstock

Segundo os pesquisadores, 42 pessoas (25% dos recrutados) tinham partículas virais em pelo menos uma das amostras.

Nos casos extremos, essa recorrência durou 14 meses e a partícula viral mais comum foi a proteína spike.

Os cientistas também descobriram que, se a infecção foi grave (hospitalização, por exemplo), maiores são as chances de o paciente ter essas partículas virais resistentes no sangue.

Limitações do estudo

Os próprios pesquisadores destacaram alguns pontos falhos no estudo. O principal deles é que as amostras são de 2020, quando ainda não existiam vacinas.

Ou seja, hoje, como a maior parte da população tem defesas contra o vírus, a doença pode se comportar de forma diferente.

Imagem: Ground Picture / Shutterstock.com

Outro ponto é que a pesquisa não liga exatamente essas partículas resistentes à Covid longa. O relatório traz uma hipótese, não uma prova.

Um terceiro asterisco diz respeito ao período estudado. Como foram colhidas amostras em 3 fases diferentes, é possível que o paciente tenha sido reinfectado no meio do caminho. Nesse caso não estaríamos falando em partículas resistentes, mas sim em novas partículas virais.

Independentemente disso, os cientistas americanos afirmam que os indícios encontrados são sólidos e, que as partículas podem continuar lá 14 meses depois. Para esclarecer os pontos nebulosos, os pesquisadores defendem agora a realização de novos estudos complementares.

As informações são do IFL Science.

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