Rio Grande do Sul: risco de deslizamentos ainda preocupa

Um relatório divulgado pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) aponta para o risco de novos deslizamentos em encostas urbanas e quedas de barreiras na margem de estradas no Rio Grande do Sul. Isso acontece porque o solo do estado está saturado de umidade. A região enfrenta a maior tragédia climática de sua história, com volumes de chuvas muito acima da média esperada para o período.

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Limite de saturação foi atingido

Os pesquisadores explicam que a umidade do solo é calculada medindo-se a quantidade de água presente no solo em relação ao volume total do solo e água. Sensores específicos são usados para determinar essa proporção. Quanto mais próximo de 1, ou 100%, maior o nível de saturação do solo.

Segundo o relatório, diversas partes do estado gaúcho apresentam taxas de umidade do solo muito próximas ao limite de saturação, em torno de 1 cm³/cm³. Isso significa que o solo já não consegue mais absorver água, fazendo com que toda a chuva escoe superficialmente, aumentando o risco de inundações.

Áreas em azul mais intenso no mapa mostram os pontos com maior saturação do solo (Imagem: divulgação/LAPIS)

O estudo aponta que algumas áreas no extremo sudoeste do Rio Grande do Sul estão em uma condição mais favorável, com menor umidade do solo em comparação à região centro-leste do estado.

Os cientistas afirmam que se Porto Alegre estivesse com o solo seco, por exemplo, parte da água já teria infiltrado no subsolo. No entanto, a chuva constante provocou, inclusive, a subida da água pelos bueiros, alagando regiões que ainda não tinham sido afetadas pelas enchentes históricas.

RS enfrenta inundações históricas (Imagem: reprodução/redes sociais)

Tragédia climática no Rio Grande do Sul

De acordo com o mais recente balanço da Defesa Civil, são 166 mortes confirmadas pelas fortes chuvas e enchentes que atingem o estado gaúcho.

São 64 pessoas desaparecidas, mais de 581 mil desalojadas e aproximadamente 55 mil em abrigos.

A tragédia climática causou impactos severos em 469 dos 497 municípios gaúchos, afetando diretamente mais de dois milhões de pessoas.

O lago Guaíba atingiu o maior nível da história, passando dos 5 metros e 30 centímetros.

Um dos pontos mais críticos em Porto Alegre é o Aeroporto Internacional Salgado Filho, que anunciou a suspensão de todas as operações até o final de agosto.

Na região Sul, a Lagoa dos Patos também inundou alguns municípios, caso de Rio Grande.

Em 2023, uma série de desastres climáticos causou uma verdadeira devastação no Rio Grande do Sul.

Foram registradas 16 mortes em junho, 54 em setembro e outras 5 em novembro.

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