Campo magnético da Terra é diferente nos polos Norte e Sul
Um artigo recém-publicado no periódico científico Journal of Geophysical Research: Space Physics relata que o campo magnético da Terra é dinâmico, sendo desigual nos polos Norte e Sul do globo.
O campo magnético nos protege de ameaças cósmicas e tem sido crucial para a navegação por séculos. Décadas de pesquisa nos deram uma compreensão profunda do que acontece sob nossos pés, mas novas descobertas continuam a emergir.
O campo magnético da Terra tenta proteger o planeta das emissões de partículas do vento solar. Crédito: buradaki – Shutterstock
Influenciada pelo vento solar, a magnetosfera da Terra é mais “golpeada” durante períodos de alta atividade no Sol, como agora, do que em períodos de calmaria na estrela. Essas variações têm sido usadas para explicar as diferenças nas observações do campo magnético, dependendo se são feitas perto da superfície da Terra ou no espaço. No entanto, o novo estudo sugere que há mais fatores em jogo.
Assimetrias no campo magnético são medidas por satélites
Os pesquisadores analisaram dados de 2014 a 2020, período em que 98,1% do tempo apresentava condições geomagnéticas de baixa a moderada atividade. Mesmo nessas situações, foram observadas diferenças significativas, especialmente nas regiões polares.
Representação artística do campo magnético da Terra protegendo o planeta de uma colisão com material solar. Crédito: Naeblys – Shutterstock
Yining Shi, pesquisador assistente da Universidade de Michigan, nos EUA, e principal autor do estudo, destacou em um comunicado que, embora se assumisse uma simetria entre os polos, eles são, na verdade, bastante diferentes.
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Os dados foram coletados pelos satélites que mapeiam correntes na ionosfera e na magnetosfera. Essas espaçonaves, que transitam em órbitas polares, fornecem muitas medições ao redor dos polos. Quando essas medições são usadas em modelos simplificados do campo magnético, os resultados podem não refletir a realidade.
Mark Moldwin, professor da Universidade de Michigan, explicou que entender que as assimetrias no campo magnético são reais, e não apenas distúrbios geofísicos, ajudará a criar modelos geomagnéticos mais precisos. Esses modelos são cruciais para a navegação por satélite e a aviação.
Além disso, o campo magnético polar tem mudado rapidamente na última década, adicionando mais complexidade à criação de modelos precisos. Moldwin enfatizou que ter modelos precisos é vital para a navegação tanto na Terra quanto no espaço.
O estudo sublinha a importância de considerar essas assimetrias ao desenvolver modelos geomagnéticos. A compreensão das diferenças entre os polos Norte e Sul pode levar a melhorias significativas na precisão dos modelos, o que é essencial para a navegação e outras aplicações tecnológicas.
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