Como funcionam sistemas digitais antifraude nas apostas do futebol?

Os sistemas digitais antifraude têm atuado cada vez mais no cenário de apostas do futebol. Denúncias de casos de manipulação de resultados crescem a cada ano, o que levou entidades do esporte a criarem mecanismos para tentar barrar esses esquemas com ajuda da Inteligência Artificial.

No dia 23 de maio, repercutiu mundialmente o suposto envolvimento do jogador brasileiro Lucas Paquetá com o mercado de apostas. O meio-campista do West Ham foi acusado pela Associação de Futebol da Inglaterra de tentar receber cartões de forma intencional em jogos do seu time para manipular o mercado de apostas. Não é o primeiro caso investigado e, infelizmente, não será o último.

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Os sistemas digitais antifraude nas apostas de futebol utilizam inteligência artificial (IA) e análise de dados para detectar atividades suspeitas e prevenir fraudes. 

(Imagem: Renata Mendes Gonçalves/Olhar Digital/DALL-E)

Aqui no Brasil, a começar pela legislação, medidas vêm sendo tomadas. A Lei 14.790, sancionada em dezembro de 2023, regulamenta oficialmente todas as casas de apostas esportivas que operam no país.

Foi criada para garantir a taxação de impostos e proteger os usuários e o sistema de apostas contra falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. A regulamentação visa combater a informalidade no setor, permitindo parcerias internacionais e aumentando a segurança das transações.

IA entra em campo no sistema antifraude

Já a Inteligência Artificial (IA) atua como ferramenta para tentar banir a prática ilegal. A IA é usada para analisar grandes volumes de dados em tempo real e identificar padrões suspeitos e atividades fraudulentas, como manipulação de resultados.

Isso ajuda a garantir a integridade das apostas esportivas e proteger os interesses dos apostadores. Porém, o monitoramento deve ser constante. Algoritmos de machine learning e IA monitoram informações de centenas de operadores globais de apostas.

O objetivo é detectar possíveis manipulações e evitar fraudes com auxílio da tecnologia e ações de prevenção. Sistemas de monitoramento de apostas e análise de dados ajudam a identificar padrões incomuns e comportamentos suspeitos.

A ação rápida e eficaz é essencial para combater fraudes nas apostas esportivas. Em resumo, a combinação de regulamentação, IA e monitoramento constante é fundamental para garantir a segurança e a integridade das apostas no futebol.

Outros casos

Imagem: Shutterstock

Durante o Campeonato Brasileiro de 2023, a suspeita de esquema de apostas que teriam manipulado ações dos jogos das Séries A e B, exigiu que medidas fossem tomadas. 

A Sportradar, líder mundial em tecnologia esportiva, foi acionada. A empresa utiliza o Universal Fraud Detection System (UFDS), um sistema antifraude para detectar padrões de apostas irregulares e suspeitas com a ajuda da inteligência artificial (IA).

A empresa fornece dados para entidades como a Conmebol, UEFA, CBF e algumas federações no Brasil, além de clubes, mídia e casas de apostas. O UFDS coleta informações em tempo real de mais de 600 operadores globais de apostas para identificar possíveis manipulações de resultados.

O sistema da Sportradar utiliza algoritmos de aprendizado de máquina e um banco de dados de apostas para detectar irregularidades. Ele analisa movimentos atípicos realizados nos sites de apostas, o que pode dar indícios de irregularidade e manipulação. O sistema auxilia na investigação de profissionais que, após a indicação do sistema, e a análise de fluxos de liquidez e comportamentos de apostas, podem determinar se houve uso indevido.

Paquetá aguarda decisão de investigação

Em relação a Lucas Paquetá, o jogador se recusou a entrar em detalhes sobre o caso. A Associação de Futebol da Inglaterra o acusou de quatro violações das regras de apostas do Campeonato Inglês, relacionadas à sua conduta em três partidas. A suspeita é de que ele tenha procurado ser advertido por árbitros de forma intencional para favorecer apostadores.

A CBF cogitou cortar Paquetá da convocação para a Copa América, mas ele permaneceu na seleção e agradeceu o apoio recebido. O jogador negou qualquer irregularidade e afirmou que seus advogados estão trabalhando em sua defesa. A investigação continua enquanto se espera as próximas decisões.

Fontes: UNODC (United Nations Office on Drugs and Crime) e COI (Comitê Olímpico Internacional).

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