ONU alerta para desertificação das pastagens pelo mundo

Um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que metade das terras de pastagem natural do mundo foi degradada e que muitas dessas regiões sofrem agora com algum tipo de desertificação.

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Antes de seguirmos, é importante explicar alguns termos. Desertificar, por exemplo, vem sim de deserto, mas não significa necessariamente aquela extensa faixa de areia. No caso, a ONU fez o alerta para áreas que antes eram verdes e que agora estão secas.

Outro conceito importante é o de pastagem. Não é somente aquela graminha que o gado come. Em Inglês, a entidade fala em “Rangelands”. A ideia é fazer referência a todas as áreas verdes que possuem vegetação e que são consumidas por animais. Selvagens ou domesticados. Ou seja, trata-se de um universo bem amplo.

Jusqu’à 50% des pâturages sont déjà dégradés dans le monde, d’après un rapport des CNULD @UNCCD.

Au Niger, les éleveurs constatent déjà l’ampleur des dégâts: https://t.co/ig870oCPal#UNited4Land via @dwnews
https://t.co/ig870oCPal

— UN Land and Drought (@UNCCD) May 27, 2024

Quem assina o relatório é a chamada Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação.

Para ser exato, 54% das pastagens estão comprometidas. O texto acrescenta que a estimativa anterior de degradação era de 25%, mas a ONU admite que subestimou gravemente os dados. O novo número tem como base pesquisas de especialistas em mais de 40 países.

O que causou esse estrago

Um ponto para quem respondeu a ação do homem.

Os principais fatores que nos levaram a essa situação foram a superexploração do solo e o impacto das mudanças climáticas.

O primeiro ponto é o mais curioso.

O crescimento populacional levou a um aumento da demanda por alimentos.

O que o homem fez? Plantou mais e criou mais gado, justamente para atender essa demanda.

Só que a solução mostrou falhas no longo prazo.

De acordo com os especialistas, um sexto dos suprimentos de alimentos do mundo está em risco devido à deterioração das pastagens.

Essa superexploração gerou um declínio da fertilidade do solo e o agravamento das secas.

Junte isso à urbanização, ao desmatamento, à mineração, às queimadas e às mudanças climáticas como um todo e chegamos a esse número de metade das pastagens com problemas.

De acordo com a ONU a solução passa pelo entendimento de que a restauração da terra também deve fazer parte dos nossos planos de sustentabilidade.
As mudanças climáticas estão no centro desse debate também – Crédito: Piyaset – Shutterstock

A importância das pastagens

Segundo o relatório da ONU, as pastagens constituem cerca de 54% do total de terras do mundo e sustentam dois bilhões de agricultores, pastores e pecuaristas espalhados pelo planeta.

O relatório identificou a Ásia Central, a China e a Mongólia como as regiões mais atingidas, com a industrialização agrícola deslocando as comunidades tradicionais de pastores e exercendo maior pressão sobre os recursos.

A África, o Oriente Médio e a América do Sul também sofrem com uma degradação generalizada.

No Brasil, de acordo com o MapBiomas, a pastagem ocupa 154 milhões de hectares de norte a sul do país, com presença em todos os seis biomas. Essa área praticamente equivale a todo o Estado do Amazonas, que tem 156 milhões de hectares. Ou 6,2 estados de São Paulo.

A área destinada à pecuária é ainda maior se considerar que a ela se somam parte das áreas de campos naturais, principalmente no Pampa e Pantanal, que cobrem 46,6 milhões de hectares.

As informações são do Science Alert.

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