Galáxia foi engolida pela Via Láctea mais recentemente do que se pensava

Observações do Telescópio Espacial Gaia acabaram de apontar que provavelmente uma galáxia colidiu com a Via Láctea há apenas alguns bilhões de anos, muito depois do que se pensava. A descoberta foi feita enquanto a nave espacial mapeava as estrelas da galáxia.

Para quem tem pressa:

As colisões de galáxias formam rugas no espaço, causadas pela oscilação das estrelas;

Eventualmente, essas rugas suavizam, indicando que as colisões aconteceram há muito tempo;

No entanto, se essas rugas são fortes, é um sinal de que as colisões aconteceram recentemente.

O telescópio Gaia está trabalhando para criar o mapa mais detalhado da Via Láctea, medindo a posição e o movimento de mais de 1,5 bilhões de estrelas, o que acabou revelando que algumas delas estão se movimentando de forma que só podem ser explicadas se tivessem vindo de alguma galáxia diferente.

Telescópio Espacial Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA) (Crédito: ccarreau – ESA)

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As rugas resultam de uma colisão que aconteceu há 3 bilhões de anos

Fusões de galáxias acontecem o tempo todo no Universo, na verdade, a Gaia já forneceu evidências de que a Via Láctea comeu outra galáxia de 8 a 11 bilhões de anos atrás. Quando isso acontece, ondas de estrelas, como rugas, são deixadas para trás, e agora em um novo estudo publicado no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, os pesquisadores encontraram rugas que provêm de uma fusão recente, por volta de 3 bilhões de anos atrás.

Ficamos mais enrugados à medida que envelhecemos, mas o nosso trabalho revela que o oposto é verdadeiro para a Via Láctea. É uma espécie de Benjamin Button cósmico, ficando menos enrugado com o tempo. Observando como estas rugas se dissipam ao longo do tempo, podemos rastrear quando a Via Láctea sofreu a sua última grande queda — e acontece que isto aconteceu bilhões de anos depois do que pensávamos.

Thomas Donlon, autor da pesquisa, em um comunicadoNGC 7318 – par de galáxias em colisão na constelação do Pégaso (Crédito: Hubble/Esa/Nasa, processamento: Jose Jimenez Priego)

Os pesquisadores ainda completam que quando uma galáxia colide com a nossa, ela faz isso em altíssima velocidade, da mesma forma suas estrelas se misturam com as nossas. Enquanto essas estrelas oscilam para frente e para trás, mais rugas se formam até que são suavizadas com o passar de bilhões de anos. Assim, se vemos ela forte, fusões recentes aconteceram.

Para que as rugas das estrelas sejam tão claras como aparecem nos dados de Gaia, elas devem ter-se juntado a nós há menos de três bilhões de anos — pelo menos cinco bilhões de anos depois do que se pensava anteriormente

Heidi Jo Newberg, coautora da pesquisa

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