Vida real ou “vingança”? Tubarão engole golfinho e é morto por orca

Uma cena inusitada aconteceu na costa da África do Sul na última semana: um tubarão-branco apareceu morto. Até aí, pode acontecer, só que, antes de um predador maior matá-lo, ele havia engolido um golfinho!

Assassinato do tubarão que engoliu golfinho foi “vingança”?

O animal que surgiu na foz do rio Nyara, em Cabo Oriental (África do Sul), trata-se de um tubarão-branco de 4,5 m de comprimento;

Segundo a bióloga marinha Alison Towner, em entrevista para o New York Post, a assassina é uma orca;

A profissional chegou a essa conclusão após necropsia realizada no corpo do animal;

Além disso, chamou a atenção dos investigadores marcas de dentes na cabeça do tubarão e a ausência de seu fígado;

O Mirror destaca que os ataques de orcas a tubarões vêm se tornando comuns, pois elas buscam, justamente, os fígados desses animais. Ao menos, é o que os cientistas acreditam.

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Tubarão-branco foi morto por uma orca (Imagem: Kevin Cole/ Museu do Leste de Londres)

Infelizmente, caçadores chegaram na frente dos biólogos e pesquisadores e roubaram os dentes do animal, inviabilizando assim sua doação para um museu.

O golfinho também foi recuperado do estômago do tubarão. Ele tinha incríveis 1,8 m. Ele estava cortado em quatro pedaços, o implica dizer que ele fora devorado pouco tempo antes de seu predador ser morto.

Os restos mortais do tubarão foram enterrados em local remoto após remoção de amostras de tecidos e músculos do corpo, objetivando “pesquisas em andamento sobre a genética e a dieta do tubarão-branco”.

A bióloga informou também que essa foi a primeira predação de uma orca sobre um tubarão-branco em Cabo Oriental; todavia, é o 14º caso confirmado desse tipo na África do Sul em nove anos.

Golfinho tinha 1,8 m (Imagem: Kevin Cole/ Museu do Leste de Londres)

Casos similares

Outro exemplo similar ocorreu em 2017 em Gansbaai (África do Sul), quando cinco grandes tubarões-brancos foram encontrados também sem o fígado. Mas só em maio de 2022 é que os pesquisadores identificaram, por meio de drones, que as orcas eram as responsáveis pelos ataques.

Na oportunidade, os equipamentos flagraram duas orcas machos caçando tubarões e removendo seus órgãos vitais com “precisão cirúrgica”. Em fevereiro, Towner “ganhou novos vizinhos”: sete carcaças de tubarão, todas sem o fígado.

Descobriu-se que as mesmas orcas responsáveis pelos ataques anteriores também tinham assassinado os sete.

O comportamento de orcas quando saem para caçar costuma ser em grupos ou em pares, mostrando que são altamente sociáveis, mas os crescentes ataques solitários mostram uma faceta desse incrível animal que os cientistas ainda não conheciam.

Como, em boa parte dos casos, os demais órgãos dos tubarões permaneceram intactos, com apenas com fígados removidos com “precisão cirúrgica”, via incisão limpa no ombro dos animais, os pesquisadores elaboraram uma teoria.

Eles pensam que as orcas passaram a atacar os tubarões dessa maneira para protegerem seus dentes das peles ásperas de suas presas, pois só o fígado deles já fornece refeição completa.

Contudo, a atuação das orcas vem dizimando a população de tubarões-brancos e forçando-os a migrar para outras áreas do oceano. E não é só isso: pode virar uma bola de neve, pois as espécies de presas aumentarão em número e perturbarão o ecossistema.

Ainda, pode acontecer o fenômeno chamado liberação de meso-predadores, onde as populações de predadores de médio porte aumento demasiadamente, conforme carnívoros maiores e grandes predadores somem. Todas essas novas informações são consideradas por Towner como “inovadoras”.

Apesar de parecerem amigáveis e dóceis, orcas são especialistas na arte da caça, como visto com tubarões-brancos (Imagem: Vladimir Turkenich/Shutterstock)

[As orcas podem] aprender rapidamente novas técnicas de caça por conta própria ou com outras pessoas. A surpreendente predação, ao largo da costa de Mossel Bay, na África do Sul, representa comportamento sem precedentes que sublinha a proficiência excepcional da baleia-assassina.

Simon Elwen, especialista em conservação de baleias

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