Chifres radioativos podem combater a caça ilegal de rinocerontes

A África do Sul abriga a maior população de rinocerontes do mundo (cerca de 15 mil espécimes). O país, no entanto, é também o principal local de caça ilegal destes animais. Em função disso, cientistas criaram uma forma inusitada para tentar combater este tipo de crime.

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Chifres com material radioativo podem desencorajar caçadores ilegais (Imagem: Rocchas/Shutterstock)

Radiação não provoca danos aos animais

O projeto é liderado por uma equipe da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul. Ele consiste em injetar uma pequena quantidade de material radioativo em chifres de rinoceronte vivos.

No total, vinte animais que vivem no orfanato de rinocerontes de Limpopo, na área de Waterberg, no nordeste sul-africano receberam dois pequenos chips radioativos. A ideia é tornar os chifres prejudiciais ao consumo humano, desincentivando a procura pelos materiais, e, por consequência, a caça.

Segundo os responsáveis pela ação, os animais não sentiram nenhuma dor durante a aplicação. Além disso, a dose de material radioativo é tão baixa que não tem capacidade de afetar a saúde dos rinocerontes ou o meio ambiente.

No entanto, os níveis são suficientes para disparar detectores instalados em postos fronteiriços ao redor do mundo e utilizados para prevenir o terrorismo nuclear. Os agentes de fronteira costumam possuir detectores de radiação portáteis, detectando assim possíveis casos der contrabando.

Ainda de acordo com os pesquisadores, os rinocerontes serão monitorados a partir de coletas de sangue periódicas para garantir que não hajam efeitos inesperados. A previsão é que os efeitos radioativos durem cinco anos.

Caça ilegal de rinocerontes tem aumentado

Em fevereiro deste ano, o Ministério do Meio Ambiente da África do Sul informou que, apesar dos esforços do governo para combater o comércio ilegal, 499 rinocerontes foram mortos em 2023.

O número representa um aumento de 11% em relação ao ano anterior.

Os chifres dos animais são muito procurados nos mercados negros, onde o preço por peso se compara com o do ouro e o da cocaína.

Eles também podem ser usados na medicina tradicional por seu suposto efeito terapêutico.

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