Biomas brasileiros estão em risco por falta de água

Um relatório aponta as consequências dramáticas da falta de proteção de nascentes e matas ciliares no Brasil. Neste século, praticamente todos os anos apresentaram uma redução da superfície de água no país. A situação é ainda mais preocupante pensando nos cenários dos biomas Pantanal e Cerrado.

Cerrado (Imagem: Marcio Francisco Martins/Wikimedia Commons)

Falta de chuvas é resultado de vários fatores

Um estudo publicado pela plataforma MapBiomas indica que a superfície de água no Brasil voltou a ficar abaixo da média em 2023, com destaque negativo para os Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Roraima e Rio Grande do Sul.

Segundo o professor Pedro Luiz Côrtes, da Universidade de São Paulo (USP), quando a água da chuva não penetra no solo, ela corre direto para os corpos d’água e vai escoando em direção ao mar, ou seja, não há um acúmulo significativo de água. Isso representa um grave prejuízo ao fluxo dos rios.

Além das mudanças climáticas, o especialista destaca os impactos gerados pelo desmatamento da Amazônia. As chuvas originárias da região abastecem, através da evapotranspiração, diversos locais do Brasil.

No entanto, a menor quantidade de vegetação resulta em um volume menor de chuvas, o que, por sua vez, significa ainda menos água disponível para o solo. Todo este cenário faz com que algumas regiões do Brasil enfrentem secas severas. As informações são do Jornal da USP.

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Áreas alagadas do Pantanal estão sendo afetadas

Os dados mostram que os cenários mais preocupantes estão no Cerrado, com perda significativa de água na superfície de diversos estados (com exceção de Minas Gerais e Goiás), e no Pantanal.

No Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que contemplam o último bioma citado, houve a diminuição do circuito de água, muito devido à diminuição de chuvas amazônicas na região.

Além da redução de chuvas e, consequentemente, da área alagada, o tempo de permanência da água tem se reduzido em função dos constantes incêndios no Pantanal.

O professor Pedro Luiz Côrtes observa que o fogo compromete a estrutura do solo, e as altas temperaturas ajudam a reduzir a quantidade de água disponível no lençol freático.

Ou seja, quando ocorrerem novas chuvas, elas irão migrar para as partes mais profundas do solo ao invés de cumprir a sua função natural, que é de alagar determinadas áreas do bioma.

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