Paracetamol pode te deixar mais inclinado a correr riscos, diz pesquisa

O paracetamol, medicamento indicado para o alívio da dor e da febre, parece estar fazendo mais do que isso. Segundo um estudo, o remédio pode alterar a percepção das pessoas sobre situações perigosas e deixá-las mais propensas a comportamentos arriscados.

A descoberta envolveu um teste experimental com 500 universitários estadunidenses. Os resultados foram descritos em artigo publicado na revista Social Cognitive and Affective Neuroscience.

Aproximadamente 25% da população dos Estados Unido toma paracetamol por semana – Imagem: Doucefleur/Shutterstock

Depois de uma dose de paracetamol, é possível que você fique mais inconsequente

A relação entre o paracetamol e comportamentos de risco foi investigada em um experimento prático e um formulário de avaliação.

No primeiro, parte do grupo de universitários participantes tomou uma dose única de 1.000 mg de paracetamol e a outra parte placebo.

Depois, participaram de um jogo que consistia em encher um balão na frente de um computador. Quanto maior ele ficasse, mais dinheiro imaginário aparecia na tela.

O objetivo era ganhar o máximo de dinheiro possível, mas, caso a bexiga estourasse, o participante perdia tudo.

De modo geral, os que tomaram paracetamol foram mais inconsequentes e acabaram estourando o balão mais vezes que os outros.

No formulário de avaliação de risco aplicado durante os testes, eles também demonstraram perceber certas situações – como pular de bungee jumping – como menos arriscadas.

Paracetamol pode aumentar as chances de alguém decidir fazer um salto de bungee jumping, por exemplo – Imagem: Shutterstock/Salienko Evgenii

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O que pode explicar o fenômeno?

O paracetamol tem efeitos que podem explicar esse tipo de comportamento. As pessoas que tomaram placebo podem ter sentido mais ansiedade, o que freou o impulso de encher mais a bexiga. O medicamento reduz essa emoção. Se você consegue permanecer calmo, também tende a se arriscar mais.

Apesar de existir alguma relação, esse experimento não é suficiente para declarar que o paracetamol é o culpado por deixar pessoas inconsequentes. Ainda são necessárias investigações aprofundadas, é o que diz Baldwin Way, neurocientista da Universidade Estadual de Ohio, em artigo publicado no portal da instituição.

Realmente precisamos de mais pesquisas sobre os efeitos do paracetamol e de outros medicamentos vendidos sem receita médica nas escolhas e nos riscos que corremos

Baldwin Way.

Em resumo, você pode continuar tomando seu paracetamol. Mas se sentir mais encorajado a fazer algo arriscado depois da dose, já sabe o que pode estar causando essa súbita atitude inconsequente.

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