Categoria: Carros

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Dona da Fiat e da Jeep anuncia investimento de R$ 14 bilhões em Betim e expansão da linha de motores

Presidente da Stellantis para América do Sul, Emanuele Cappellano, também confirmou nesta segunda-feira (20) o lançamento de veículos com a tecnologia bio-hybrid em 2024. Ele disse ainda que as chuvas no Rio Grande do Sul podem impactar indústria. Fábrica da Stellantis em Betim
Divulgação
A Stellantis, dona de marcas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, vai investir R$ 14 bilhões no polo automotivo de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, entre 2025 e 2030. O valor corresponde a 46% do aporte de R$ 30 bilhões nas fábricas do Brasil anunciado pela montadora em março – a planta da Grande BH vai receber a maior cifra.
Outros R$ 454 milhões serão aplicados ainda em 2024 na expansão da linha de motores de Betim, com o objetivo de ampliar a capacidade produtiva de 750 mil para 1,1 milhão de unidades por ano.
Stellantis, dona de Fiat e Jeep, anuncia investimento de R$ 30 bilhões no Brasil até 2030
Stellantis explica como serão aplicados os R$ 30 bilhões em investimentos no Brasil
O presidente da Stellantis para América do Sul, Emanuele Cappellano, também confirmou nesta segunda-feira (20) o lançamento de veículos com a tecnologia bio-hybrid neste ano. A previsão é de que o modelo, que combina eletrificação com motores flex movidos a etanol, chegue ao mercado no segundo semestre.
“O etanol junto com a eletrificação atuam como a tecnologia que, de fato, é mais barata que outras formas, como o elétrico puro, é muito sustentável e muito consistente com a matriz energética do país”, disse Cappellano.
Emanuele Cappellano fala sobre planos da Stellantis
Rafaela Mansur/ g1
Segundo ele, 2024 “começou bem” para a montadora, que atingiu 30,3% de market share no Brasil no primeiro trimestre.
Cappellano não detalhou como e onde os outros R$ 16 bilhões serão investidos no país, mas disse que os recursos são necessários para viabilizar a transição tecnológica e lançamentos – estão previstos 40 novos modelos até 2030.
“[O recurso será investido em] Trazer novas tecnologias, renovar todo o nosso line-up, com carros novos ou a renovação de carros existentes, trazer novas plataformas e arquiteturas bio-hybrid, plataformas que tenham a habilidade de carregar níveis diferentes de hibridização ou eletrificação, e depois trazer os motores híbridos”, explicou.
Impactos das chuvas no Rio Grande do Sul
Ainda de acordo com Cappellano, a Stellantis acompanha com “atenção” a situação das enchentes no Rio Grande do Sul, onde há fornecedores e concessionárias ligadas à montadora. Ele destacou que “com certeza haverá algum impacto a nível industrial”.
“O nosso foco é dar continuidade à nossa produção e, de fato, atender as exigências da planta para garantir o dia a dia”, afirmou.
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Volkswagen inicia férias coletivas para trabalhadores de três fábricas no Brasil por impacto da tragédia no RS

A montadora tem fornecedores de peças que são produzidas no Sul do país. Férias coletivas atingem as unidades de Taubaté, São Bernardo do Campo e São Carlos. Fábrica da Volkswagen em Taubaté
Volkswagen/Divulgação
A Volkswagen iniciou, nesta segunda-feira (20), um período de férias coletivas em três unidades no Brasil por impacto na produção provocado pela tragédia que atinge o Rio Grande do Sul.
A medida afeta as fábricas da Anchieta, de São Bernardo do Campo (SP), Taubaté (SP) e São Carlos (SP).
Temporais causaram grandes enchentes no Rio Grande do Sul e mais de 150 pessoas morreram até o momento.
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Em comunicado à imprensa nesta segunda, a Volkswagen afirmou que “em função das fortes chuvas que acometem o estado do Rio Grande do Sul e o povo gaúcho, alguns fornecedores de peças da Volkswagen do Brasil, com fábricas instaladas no estado, estão impossibilitados de produzir nesse momento”.
Estragos no Rio Grande do Sul
Fábio Tito/g1
Ainda segundo a Volks, as fábricas Anchieta e de Taubaté devem ter 10 dias de férias coletivas a partir de 20 de maio.
Já a fábrica de motores de São Carlos deverá ter férias de 11 dias para parte do time de produção. A fábrica de São José dos Pinhais (PR), no entanto, seguirá produzindo normalmente.
ENTENDA:
Como enchentes no Rio Grande do Sul prejudicam a produção de carros no país
Ainda na nota, a Volkswagen do Brasil disse que “se solidariza com o povo sul-rio-grandense e reforça sua convicção de que a reconstrução desse estado será realizada com a mesma grandeza dos gaúchos”.
Volks pretende colocar trabalhadores de Taubaté em férias coletivas
Impacto em Taubaté
Em comunicado enviado aos trabalhadores, o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau) informou que 1,8 mil funcionários de Taubaté podem ser afetados com a medida.
Ainda segundo o sindicato, a medida é necessária “devido à situação de calamidade pública no estado do Rio Grande do Sul e com possibilidade de afetar a produção em Taubaté”.
O g1 apurou que algumas peças usadas pela fábrica da Volkswagen em Taubaté são enviadas do Sul do país. Com a tragédia no RS, existe a possibilidade de que a produção dessas peças seja impactada.
O Sindmetau explicou ainda que a aplicação de férias coletivas está prevista no acordo coletivo de trabalho firmado entre a montadora e o Sindicato.
Fábrica da Volkswagen.
Celso Tavares/g1
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A medida de Biden contra os veículos elétricos chineses que intensifica guerra comercial

Na terça-feira (14), o governo de Biden anunciou a imposição de tarifas elevadas sobre a importação de vários produtos chineses Os veículos elétricos chineses estão rapidamente ganhando participação de mercado na União Europeia.
Getty Images via BBC
Esta é a mais recente batalha na guerra comercial entre Estados Unidos e China nos últimos anos.
O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou nesta terça-feira um substancial aumento nas tarifas sobre carros elétricos, painéis solares, aço e outros produtos de fabricação chinesa.
A Casa Branca disse que as medidas, que incluem um imposto de 100% sobre carros elétricos provenientes da China, eram uma resposta a políticas comerciais injustas e tinham como objetivo proteger os empregos americanos.
A China já criticou os planos, que foram anunciados antecipadamente.
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Os analistas disseram que as tarifas eram em grande parte simbólicas e visavam ajudar na reeleição em um ano eleitoral difícil.
As medidas chegam precedidas por meses de duras críticas do ex-presidente Donald Trump, o virtual concorrente de Biden na corrida pela Casa Branca, que afirmou que o apoio de seu rival aos carros elétricos “mataria” a indústria automobilística americana.
As tarifas anunciadas nesta terça-feira afetarão importações no valor estimado de US$ 18 bilhões, segundo a Casa Branca.
Além de um aumento de 25% para 100% nos impostos de importação de veículos elétricos, as tarifas sobre os painéis solares aumentarão de 25% para 50%.
As taxas sobre certos produtos de aço e alumínio triplicarão para 25%, em comparação com os atuais 7,5% ou menos.
‘Comércio desleal’
O governo de Joe Biden afirma que as tarifas visam objetivos específicos para proteger a economia dos EUA.
Getty Images via BBC
As medidas anunciadas pela Casa Branca se somam às tarifas que os Estados Unidos impuseram aos produtos chineses durante o governo Trump, citando práticas comerciais desleais.
Durante a revisão das medidas pela administração Biden, o governo recebeu quase 1.500 comentários, a grande maioria de proprietários de empresas que argumentavam que as tarifas estavam aumentando os preços para os americanos comuns e pediam sua eliminação.
A decisão de Biden de manter as tarifas em vigor e expandi-las para novas áreas – apesar da inflação persistente nos Estados Unidos ter afetado suas taxas de aprovação – é uma indicação da mudança dramática nas posturas sobre comércio tanto dos democratas quanto dos republicanos nos Estados Unidos, que há muito tempo defendiam os benefícios do comércio global.
Wendy Cutler, ex-funcionária de comércio dos Estados Unidos e agora vice-presidente do Asia Society Policy Institute, disse que acredita que os americanos estão dispostos a aceitar carros com preços mais altos em troca de ajudar a proteger as empresas e os empregos americanos.
“Já vimos esse filme antes: com energia solar, com aço e [alumínio], e quando se tratam de carros e outros produtos, os Estados Unidos precisam se antecipar”, disse. “Trata-se de fazer concessões e talvez a curto prazo os carros fiquem mais caros, mas a longo prazo queremos ter uma indústria competitiva aqui”, apontou.
Em uma reunião com jornalistas, funcionários da Casa Branca negaram que a política interna dos Estados Unidos tenha influenciado na decisão.
Disseram que as medidas são uma resposta às práticas comerciais de Pequim que prejudicam os Estados Unidos, por exemplo, ao forçar empresas ocidentais que operam na China a compartilhar informações, para depois se apropriarem desse conhecimento.
Também afirmaram que as medidas visavam objetivos específicos e não esperavam que inflação aumentasse, contrastando seu enfoque com o de Trump.
O ex-presidente, que em algum momento se autodenominou um “homem das tarifas”, fez campanha com uma proposta de aumento geral de 10% nas tarifas sobre as importações, que subiria para 60% para produtos provenientes da China.
Também atacou Biden por promover veículos elétricos, medida que, segundo ele, destruirá as empresas automobilísticas americanas, empregadores-chave em estados como Michigan, que serão campos de batalha importantes nas eleições de novembro.
Um olhar sobre as novas tarifas:
Semicondutores: de 25% para 50% até 2025
Certos produtos de aço e alumínio: de 7,5% para 25% até 2024
Veículos elétricos: de 25% para 100% até 2024
Baterias de lítio e minerais críticos: de 7,5% para 25% até 2024
Painéis solares: de 25% para 50% até 2024
Guindastes de barco a terra: de 0% para 25% até 2024
Luvas médicas e cirúrgicas de borracha: de 7,5% para 25% até 2026
Aguardando a Europa
A acessibilidade de seus preços torna os carros elétricos chineses altamente competitivos.
Getty Images via BBC
Os Estados Unidos já estão impondo altas tarifas sobre os veículos elétricos fabricados na China, o que resultou em vendas insignificantes desses automóveis.
No entanto, Washington tem observado com cautela o aumento das vendas das empresas chinesas na Europa e em outros países.
Autoridades da Casa Branca afirmaram que garantir que as tecnologias verdes não sejam dominadas por um único país é fundamental para uma transição energética bem-sucedida e sustentável a longo prazo.
Embora as medidas direcionadas aos veículos elétricos provavelmente tenham um efeito prático mínimo, o mundo empresarial está aguardando para ver se a Europa tomará medidas semelhantes, disse Natasha Ebtehadj, da Artemis Investment Management.
A União Europeia e o Reino Unido estão debatendo medidas para conter as importações de carros elétricos fabricados na China, mesmo que isso possa desacelerar sua adoção.
“Não é realmente uma surpresa para os investidores ou para as empresas chinesas, especialmente no período anterior a uma eleição em que ambos os candidatos não são realmente favoráveis à China”, disse Ebtehadj.
“Dado o volume relativamente pequeno de importações para os EUA, talvez seja mais interessante ver o que acontecerá a seguir na Europa”, acrescentou.
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Os Estados Unidos e a China estão envolvidos em uma guerra comercial desde 2018, quando Trump impôs tarifas sobre cerca de dois terços dos bens importados da China, no valor estimado de US$ 360 bilhões na época.
Essas medidas provocaram retaliações de Pequim, um conflito que terminou em um alívio no início de 2020, quando Trump reduziu as taxas de alguns impostos, enquanto a China se comprometeu a aumentar suas compras dos Estados Unidos.
No entanto, essas promessas não foram suficientes, e desde então as tarifas resultaram em mais de US$ 200 bilhões em novos impostos de fronteira para o governo dos EUA, além de causar uma significativa reorganização nos padrões do comércio global.
Grande parte desse montante foi sustentada pelos americanos comuns, na forma de preços mais altos para móveis, calçados e outros bens.
No entanto, a Oxford Economics descreveu as últimas medidas como “mais um rosnado simbólico do que uma mordida”. A empresa afirmou que provavelmente aumentariam a inflação em apenas 0,01 ponto percentual, ao mesmo tempo em que afetariam o crescimento de forma semelhante.

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Como enchentes no Rio Grande do Sul prejudicam a produção de carros no país

Volkswagen informou que pode adotar um período de férias coletivas ainda neste mês em três fábricas do país por conta de impactos provocados pela tragédia do RS. Vista aérea das enchentes em Eldorado do Sul, Rio Grande do Sul, tirada em 9 de maio
GETTY IMAGES
Além de provocar mortes e estragos, as chuvas e enchentes que têm afetado o Rio Grande do Sul neste mês começam a causar consequências em diversos setores que movimentam a economia de todo o país.
➡️ Até esta terça-feira (14), a Defesa Civil do RS já havia confirmado ao menos 149 mortes por conta dos temporais. Há ainda mais de 120 desaparecidos e 2,1 milhões de pessoas afetadas pela tragédia.
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No mercado automotivo, por exemplo, algumas montadoras do país já têm previsto a adoção de medidas por conta dos impactos da tragédia. Com a paralisação nas montadoras, uma das principais consequências está na produção de carros no país.
A Volkswagen informou nesta segunda-feira (13) que pode adotar um período de férias coletivas ainda neste mês em três fábricas do país: São Bernardo do Campo (SP), Taubaté (SP) e São Carlos (SP) – leia mais detalhes aqui.
Fábrica da Volkswagen em Taubaté
Volkswagen/Divulgação
A empresa afirma que “em função das fortes chuvas que acometem o estado do Rio Grande do Sul e o povo gaúcho, alguns fornecedores de peças da Volkswagen do Brasil, com fábricas instaladas no estado, estão impossibilitados de produzir nesse momento”.
Outra montadora com fábrica no Brasil, a Stellantis – dona das marcas Citroën, Fiat, Jeep e Peugeot – informou que precisou paralisar pontualmente a produção em Córdoba, na Argentina, mas que “segue analisando a necessidade de novas paradas em suas unidades” na região do Rio Grande do Sul.
A montadora explica que a medida foi motivada pelo “impacto sem precedentes da catástrofe em todo o sistema logístico de transporte e fornecimento de componentes”.
Fábrica da Stellantis no Brasil
Divulgação/Stellantis
Além disso, a empresa cita uma “paralisação do órgão responsável pela emissão das licenças ambientais exigidas pela legislação vigente”.
A Toyota, outra montadora que tem sede no Brasil, disse que parte dos veículos dos modelos Toyota Hilux e Toyota SW4 que foram importados da Argentina e armazenados no Centro de Distribuição da Toyota localizado em Guaíba (RS) foram danificados pela enchente.
Como medida preventiva para evitar atrasos aos clientes, a fabricante vai temporariamente alterar o destino dos embarques de seus produtos produzidos na Argentina do centro de Guaíba (RS) para Vitória (ES). Com isso, na próxima semana os carros serão embarcados por via marítima para o porto de Vitória.
Apesar da situação, a previsão é que o Centro de Distribuição da fábrica localizado em Guaíba (RS) volte a operar normalmente nesta quarta-feira (15).
Fábrica da Toyota em Sorocaba (SP)
Divulgação; Revista AutoEsporte
Professora da FGV, a economista Carla Beni explica que uma catástrofe da dimensão da que atinge o RS prejudica todo o país. Segundo ela, a economia brasileira está interconectada e o problema pode afetar toda a cadeia.
“Quando você tem um estado com um problema dessa intensidade, as cadeias produtivas estão interconectadas. Pode ser setor automotivo, alimentício… você tem interconexão entre as cadeias produtivas, porque não só a produção local é um problema, mas a questão da logística é um grande problema”, afirma.
Enchente em Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul, em 9 de maio de 2024
Carlos FABAL / AFP
Ainda de acordo com a especialista, as paralisações nas fabricantes de carros são uma forma de reestruturação econômica e ainda não ameaçam o mercado de trabalho, já que não é possível mensurar o impacto total das enchentes do Rio Grande do Sul.
“Vários segmentos da cadeia produtiva do país vão ter que ser restruturados para que dê tempo de refazer o estado do Rio Grande do Sul, digamos assim, para gente poder normalizar essa cadeia. Mas ainda é muito difícil de pensar um prazo em relação a isso”, diz Beni.
Fábrica da Volkswagen em Taubaté.
Reprodução/ TV Vanguarda
Para Antônio Jorge Martins, especialista em mercado automotivo e professor da área na FGV, a Volkswagen, que tem fornecedores de peças no Rio Grande do Sul, pode ter maiores impactos na produção a curto e médio prazo. Ele acredita que a paralisação da produção da montadora pode até mesmo abrir espaço para o crescimento de concorrentes chineses, por exemplo.
“Eu vejo de consequências no curto prazo exatamente a falta de produtos da marca Volkswagen no mercado automotivo, quando a sua demanda neste corrente ano de 2024 vem superando a demanda de 2023, ou seja, na medida em que existe exatamente uma demanda de carros e você paralisa uma produção, você acaba tendo a indisponibilidade de produto para vender e, com isso, afeta um volume total projetado para o ano corrente”, disse.
“De médio prazo, eu diria que existe sim uma outra consequência, que é o fato de que você, ao não disponibilizar um certo volume de produção no corrente momento, abrir espaço para os demais concorrentes poderem alavancar seus produtos e, eventualmente, tentarem até alcançar esse volume de produção que deixou de ser ofertado nesse período. As fábricas chinesas estão com um apetite muito grande de se utilizarem desse artifício para fortalecerem as suas respectivas marcas no mercado brasileiro”, argumentou.
Morador de Lajeado, no Rio Grande do Sul.
Fábio Tito/g1
Ainda segundo o professor, a Volkswagen deve ser a montadora mais impactada pela tragédia climática no sul, podendo até perder participação no mercado nacional com a paralisação da produção, mesmo que temporariamente.
“De uma forma geral, eu diria que o impacto é representativo mais para algumas empresas do que para outras, ou seja, não necessariamente o fato desse problema ter acontecido com a Volkswagen vai acontecer com outra montadora, que muitas vezes não tem nem fornecimento de autopeças provenientes de Porto Alegre ou de regiões fronteiriças, e, com isso, de uma forma geral, eu diria que a tragédia acaba sendo muito focalizada naquela que realmente possui uma representatividade muito grande de fornecimento naquela região”, ponderou.
“Eu não sei dizer para a Volkswagen qual é o peso do estado dentro do fornecimento total, mas, de qualquer forma, eu diria que deve ser um peso grande, porque para você paralisar a produção no atual momento de mercado, você acaba perdendo participação no mercado nacional”, avaliou.
No entanto, Martins avalia que a pausa poderá ser útil se aproveitada pelos líderes da montadora que estão de fora da produção, podendo ser um momento estratégico para a empresa repensar seus produtos.
“Essas paralisações muitas vezes são até úteis para você conseguir adequar a produção a um novo nível. A gente não sabe quanto tempo vai ficar paralisada, mas, de qualquer forma, você consegue, com essas paralisações, dependendo do momento, até adequar a produção a um novo ritmo produtivo de acordo com a demanda que está acontecendo”, finalizou.
Volks pretende dar férias coletivas para trabalhadores de Taubaté
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EUA aumentam tarifas contra produtos da China; impostos para carros elétricos quadruplicam

Americanos afirmam que a China promove ‘riscos inaceitáveis’ para a segurança econômica por práticas injustas, que ajudam a inundar os mercados globais com produtos baratos. EUA anunciam aumento de tarifas sobre produtos chineses
Os Estados Unidos e a China voltam a se envolver em mais uma guerra comercial. Nesta terça-feira (14), os EUA anunciaram um pacote de aumento de tarifas sobre os produtos chineses ligados à tecnologia, como veículos elétricos, semicondutores, baterias, células solares, aço e alumínio.
Os americanos afirmam que a China promove “riscos inaceitáveis” à segurança econômica por conta do que consideram práticas injustas de concorrência, que deixam os produtos chineses mais baratos que a média e roubam fatias dos mercados globais.
Veja abaixo as principais mudanças:
Veículos elétricos passam de 25% para 100% (4 vezes mais);
Semicondutores passam de 25% para 50% (2 vezes mais em 2025);
Células solares passam de 25% para 50% (2 vezes mais);
Aço e alumínio passam de 0%-7,5% para 25% (mais de 3 vezes mais).
A China imediatamente prometeu retaliação. O Ministério do Comércio chinês disse que o país se opõe aos aumentos tarifários dos EUA, e que tomará medidas para defender os seus interesses.
As relações de comércio entre EUA e China são deficitárias para os americanos há décadas. No ano passado, os EUA importaram US$ 427 bilhões em bens da China, enquanto exportaram apenas US$ 148 bilhões.
Na tentativa de equilibrar a questão, a administração do ex-presidente Donald Trump introduziu tarifas sobre cerca de US$ 300 bilhões vindos da China. Agora, o presidente americano Joe Biden mantém as tarifas impostas por seu antecessor, e aumenta outras.
Um conflito comercial poderia aumentar os custos dos produtos envolvidos, prejudicando os objetivos climáticos e de criar empregos na indústria de Biden, que tenta a reeleição.
O presidente dos EUA, Joe Biden, faz sinal de positivo enquanto caminha com o presidente chinês, Xi Jinping, na propriedade de Filoli, à margem da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), em Woodside, Califórnia, EUA, 15 de novembro de 2023.
REUTERS/Kevin Lamarque
O “tarifaço” de Trump, inclusive, foi alvo de críticas dos democratas no processo eleitoral de 2020. Diziam que a determinação não havia aumentado as exportações americanas, nem impulsionado os empregos industriais americanos. Trump impôs tarifas de 60% ou mais sobre todos os produtos chineses.
Agora, a representante comercial dos EUA, Katherine Tai, disse que as tarifas se justificam porque a China continuava a roubar propriedade intelectual dos EUA, e que as tarifas anteriores foram eficazes na redução das importações de produtos chineses enquanto aumentaram as importações de outros países.
Biden tem lutado para convencer os eleitores da eficácia das suas políticas económicas, apesar de um cenário de baixo desemprego e de crescimento económico acima da tendência. Uma pesquisa Reuters/Ipsos do mês passado mostrou que Trump tinha uma vantagem de 7 pontos percentuais sobre Biden na economia.

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Volkswagen anuncia que pretende adotar férias coletivas para trabalhadores de três fábricas no Brasil por impacto da tragédia no RS

Segundo a montadora, a produção pode ficar afetada, pois a empresa tem fornecedores de peças vindas do Sul. Unidades de Taubaté (SP), São Bernardo do Campo (SP) e São Carlos (SP) devem ter férias coletivas em maio. Fábrica da Volkswagen em Taubaté
Volkswagen/Divulgação
A montadora alemã Volkswagen confirmou, na tarde desta segunda-feira (13), que pode adotar um período de férias coletivas ainda neste mês por possível impacto da produção pela tragédia que atinge o Rio Grande do Sul. Temporais causaram grandes enchentes no estado e mais de 140 pessoas morreram até o momento.
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Em nota enviada para a imprensa nesta segunda, a Volks afirmou que “protocolou férias coletivas de forma preventiva para as fábricas Anchieta de São Bernardo do Campo (SP), Taubaté (SP) e São Carlos (SP), as três unidades no estado de São Paulo, que poderão entrar em férias coletivas a partir de 20 de maio, com o atual cenário”.
A empresa afirma que “em função das fortes chuvas que acometem o estado do Rio Grande do Sul e o povo gaúcho, alguns fornecedores de peças da Volkswagen do Brasil, com fábricas instaladas no estado, estão impossibilitados de produzir nesse momento”.
Ainda segundo a Volks, as fábricas Anchieta e Taubaté devem ter 10 dias de férias coletivas a partir de 20 de maio. Já a fábrica de motores de São Carlos deverá ter férias de 11 dias para parte do time de produção. A fábrica de São José dos Pinhais, no entanto, seguirá produzindo normalmente.
Ainda na nota, a Volkswagen do Brasil disse que “se solidariza com o povo sul-rio-grandense e reforça sua convicção de que a reconstrução desse estado será realizada com a mesma grandeza dos gaúchos”.
Volks pretende colocar trabalhadores de Taubaté em férias coletivas
Impacto em Taubaté
Na semana passada, em comunicado enviado aos trabalhadores, o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau) informou que 1,8 mil funcionários de Taubaté podem ser afetados com a medida. O aviso informa que a medida foi protocolada de forma preventiva.
Ainda segundo o sindicato, a medida pode ser necessária “devido à situação de calamidade pública no estado do Rio Grande do Sul e com possibilidade de afetar a produção em Taubaté”.
O g1 apurou que algumas peças usadas pela fábrica da Volkswagen em Taubaté são enviadas do Sul do país. Com a tragédia no RS, existe a possibilidade de que a produção dessas peças seja impactada.
O Sindmetau explicou ainda que, caso não haja impacto, o aviso de férias coletivas pode ser cancelado antes do início da medida.
Fábrica da Volkswagen.
Celso Tavares/g1
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Petrobras anuncia redução do preço do gás natural para as distribuidoras

Empresa afirma que o preço médio da molécula vendido às distribuidoras acumula uma redução da ordem de 25%. Edifício-sede da Petrobras, no centro do Rio
Marcos Serra Lima/g1
A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (10) que reduziu em 1,5% o preço médio do metro cúbico de gás natural vendido às distribuidoras. O último ajuste havia sido realizado em fevereiro.
De acordo com a empresa, a redução reflete as atualizações previstas em contrato, e o efeito dos novos produtos e contratos de venda de gás natural que tiveram início em janeiro de 2024.
A Petrobras afirma que o preço médio da molécula vendido às distribuidoras acumula uma redução da ordem de 25% desde o início de 2023.
Os contratos com as distribuidoras preveem atualizações trimestrais da parcela do preço relacionada à molécula do gás e vinculam esta variação, para cima ou para baixo, às oscilações do petróleo Brent e da taxa de câmbio R$/US$. Segundo a empresa, os preços do gás natural foram ajustados no dia 1º de maio.
Nesta sexta-feira, a Petrobras anunciou também que aprovou novas modalidades comerciais nas vendas de gás natural para distribuidoras estaduais e para os consumidores livres.
“A depender dos contratos e volumes movimentados, as distribuidoras terão uma redução adicional de até 10% nos preços da molécula de gás, ampliando a queda já acumulada da ordem de 25% no preço médio da molécula desde o início 2023, com potencial de atingir uma redução de até 35%”, diz a empresa.
“Já para os consumidores livres, a Petrobras ofertará uma nova carteira de produtos de venda em condições mais customizadas e competitivas. Desta forma, a Petrobras intensifica sua atuação no processo de abertura de mercado, contribuindo para expansão e fortalecimento de um mercado livre mais líquido, competitivo e diversificado.”
A petroleira anunciou em maio do ano passado mudanças em sua política de preços. Desde então, a estatal não segue mais a política de paridade internacional (PPI), que reajustava o preço dos combustíveis automaticamente com base nas variações do dólar e da cotação do petróleo no exterior.
Entenda a nova política de preços da Petrobras
Veja a nota da Petrobras
A Petrobras aprovou nesta sexta-feira, 10/05, novas modalidades comerciais nas vendas de gás natural para distribuidoras estaduais e para os consumidores livres. Para as distribuidoras, a Petrobras ofertará mecanismo de redução de preço nos contratos de venda de gás natural atualmente vigentes, de acordo com sua performance. Com este novo mecanismo, a depender dos contratos e volumes movimentados, as distribuidoras terão uma redução adicional de até 10% nos preços da molécula de gás, ampliando a queda já acumulada da ordem de 25% no preço médio da molécula desde o início 2023, com potencial de atingir uma redução de até 35%.
Já para os consumidores livres, a Petrobras ofertará uma nova carteira de produtos de venda em condições mais customizadas e competitivas. Desta forma, a Petrobras intensifica sua atuação no processo de abertura de mercado, contribuindo para expansão e fortalecimento de um mercado livre mais líquido, competitivo e diversificado.
Redução contratual
Em 01/05/24, os preços do gás natural já haviam sido ajustados, com redução de, em média, 1,5% em reais por metro cúbico (R$/m³) da molécula vendida às distribuidoras, em relação ao início do trimestre fevereiro-março-abril de 2024. A queda de preços também refletiu a redução no preço do petróleo Brent e a apreciação do dólar, conforme indicadores de referência previstos nos contratos.
Assim, desde o início de 2023, o preço médio da molécula vendido às distribuidoras acumula uma redução da ordem de 25%, refletindo não apenas as atualizações previstas em contrato, mas também o efeito dos novos produtos/contratos de venda de gás natural mais competitivos que tiveram início em janeiro de 2024.
Composição do preço do gás natural
O preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda da molécula pela Petrobras, mas também pelo custo do transporte até a distribuidora, pelo portfólio de suprimento de cada distribuidora, assim como por suas margens e pelos tributos federais e estaduais. No caso do GNV (gás natural veicular), a margem dos postos de revenda também compõe o preço final. Além disso, as tarifas ao consumidor são aprovadas pelas agências reguladoras estaduais, conforme legislação e regulação específicas.
A Petrobras ressalta que essa atualização de preço não se refere ao preço do GLP (gás de cozinha), envasado em botijões ou vendido a granel.

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Protótipo do ‘carro voador’ da Embraer deve fazer primeiros voos até o fim do ano

Após as fases de testes e certificação, a expectativa da Eve, empresa ligada à Embraer, é iniciar a operação com os eVTOLs em 2026. Embraer revela primeiras imagens do carro voador em escala real
A Eve Air Mobility, empresa de mobilidade aérea urbana da Embraer, prevê realizar os primeiros voos de teste com o protótipo do ‘carro voador’ ainda neste ano.
O protótipo do eVTOL (sigla em inglês para ‘veículo elétrico de pouso de decolagem vertical’) está em produção e teve as primeiras imagens oficiais divulgadas nesta semana pela empresa.
“Nosso primeiro protótipo é de escala um, não tem cabine, vai ser remotamente voado. A gente vai acabar o protótipo nesse segundo, primeiro semestre e começar os testes. E, se der tudo certo, voar até o fim do ano”, declarou Johann Bordais, CEO da Eve, em entrevista à TV Vanguarda.
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Embraer divulga protótipo em escala real do ‘carro voador’
Ainda segundo o CEO, após as fases de testes e certificação, a expectativa da empresa é iniciar a operação com os eVTOLs em todo o mundo em 2026.
“Até o fim do ano vamos começar a produção dos protótipos que a gente chama de conformidade. Vão ser cinco veículos produzidos em São José dos Campos, na fábrica da Embraer e isso vai servir para certificação do veículo. Em 2026, a gente vai entregar os primeiros veículos para os nossos clientes”, afirmou Bordais.
Leia aqui um guia completo sobre os carros voadores da Embraer
Ilustração do carro voador da Embraer.
Divulgação/Eve
Johann defende que o carro voador é uma tecnologia que vai permitir que os passageiros economizem tempo nas viagens e façam voos mais baratos. Ele afirma também que as viagens terão menos ruídos do que o transporte que é realizado por helicópteros, por exemplo.
“Acho que a grande revolução aqui é que a tecnologia permite que a gente tenha um voo 100% elétrico. Significa que a gente decola, voa e aterrissa de uma maneira totalmente elétrica. Isso é uma revolução e vai permitir voar e dar uma alternativa de democratizar o céu, ter mais aeronaves voando, que não vão substituir os carros nem os helicópteros, mas serão uma alternativa”, avalia.
Ilustração do carro voador da Embraer.
Divulgação/Embraer
“Nós queremos devolver o tempo aos passageiros. O elemento revolucionário desse veículo, além de ser 100% elétrico, é o ruído. Nosso veículo vai ter menos ruído (do que um helicóptero) e o custo de operação é mais barato”, finalizou.
Até o momento, já foram feitas quase 3 mil encomendas de carros voadores para operadores de helicópteros, companhias aéreas, empresas de leasing e plataformas de voos compartilhados em todo o mundo – saiba como as empresas planejam usar os eVTOLs no Brasil.
Embraer revela primeiras imagens do carro voador em escala real
Divulgação/Eve Air Mobility
Primeiras imagens do protótipo
As imagens divulgadas pela Eve na última quarta-feira (8) são do primeiro protótipo do carro voador no país. Elas não revelam muitos detalhes, mas mostram um modelo preto com alguns detalhes em verde (veja foto acima).
A Eve informou que os carros voadores farão voos verticais e contam com propulsores elétricos que vão garantir alto desempenho e segurança nas viagens.
Ainda segundo a empresa, o modelo tem vantagens como eficiência, baixo custo operacional, baixo ruído e menos peças, estruturas e sistemas otimizados.
O primeiro protótipo relevado nas imagens dará sequência à campanha de testes da empresa, que continua com a produção das aeronaves na fábrica que fica em Taubaté, no interior de São Paulo.
Modelo de carro voador da Embraer tem quase três mil encomendas
Divulgação/Anac
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Embraer revela primeiras imagens de protótipo do ‘carro voador’ produzido em escala real

Expectativa da Eve, empresa ligada à Embraer, é iniciar a operação com os eVTOLs em 2026. Embraer revela primeiras imagens do carro voador em escala real
A Eve Air Mobility, empresa de mobilidade aérea urbana da Embraer, divulgou na manhã desta quarta-feira (8) as primeiras imagens oficiais em escala real do protótipo do ‘carro voador’ que está sendo fabricado pela empresa no Brasil – assista acima.
De acordo com a Eve Air Mobility, a expectativa é que os eVTOLs (sigla em inglês para ‘veículo elétrico de pouso de decolagem vertical’) entrem em operação até o fim de 2026.
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As imagens divulgadas pela empresa são do primeiro protótipo do carro voador no país. Elas não revelam muitos detalhes, mas mostram um modelo preto com alguns detalhes em verde.
O modelo está em produção na fábrica da empresa em Taubaté, no interior de São Paulo.
Embraer revela primeiras imagens do carro voador em escala real
Divulgação/Eve Air Mobility
A Eve informou que os carros voadores farão voos verticais e conta com propulsores elétricos que vão garantir alto desempenho e segurança nas viagens.
Ainda segundo a empresa, o modelo tem vantagens como eficiência, baixo custo operacional, baixo ruído e menos peças, estruturas e sistemas otimizados.
“Estamos avançando significativamente na montagem do nosso primeiro protótipo do eVTOL, com previsão para finalizar a produção e iniciar os voos”, explicou em comunicado o CEO da Eve Air Mobility, Johann Bordais.
Leia aqui um guia completo sobre os carros voadores da Embraer
O primeiro protótipo relevado nas imagens dará sequência à campanha de testes da empresa, que continua com a produção das aeronaves na fábrica que fica em Taubaté.
São quase 3 mil encomendas de carros voadores para operadores de helicópteros, companhias aéreas, empresas de leasing e plataformas de voos compartilhados em todo o mundo – saiba como as empresas planejam usar os eVTOLs no Brasil.
Modelo de carro voador da Embraer tem quase três mil encomendas
Divulgação/Anac
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A difícil transição para carros elétricos em uma Europa em ciclo eleitoral

Discussões ocorrem na esteira da decisão da União Europeia, em 2022, de proibir carros com motor a combustão em 2035. Carro elétrico é carregado em rua de Londres.
Kirsty Wigglesworth/AP
Uma mudança repentina de direção política nas próximas eleições europeias poderia colocar em xeque a difícil e custosa transição para o carro elétrico.
A União Europeia tomou a histórica decisão em 2022 de proibir os carros com motor a combustão em 2035.
Isso significa deixar todo o mercado para os automóveis com baterias elétricas ou que funcionam com hidrogênio, com o objetivo de eliminar a fonte de geração de CO2 em 15% do total na UE.
Para seus críticos, esse regulamento põe em risco a indústria europeia, líder em motores a combustão, diante das importações da China, que se tornou líder em veículos elétricos. Também limita o acesso dos motoristas a veículos novos, já que os modelos elétricos continuam sendo muito mais caros.
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O cancelamento do prazo limite de 2035 se tornou um tema essencial da agenda política dos partidos de extrema direita.
O grupo CRE, que inclui Fratelli d’Italia e Vox da Espanha, insiste em seu programa no qual “o motor de combustão é um testemunho da criatividade europeia” e deveria continuar sendo “viável durante muitos anos mais”, com novos investimentos em pesquisa, especialmente em combustíveis “de baixas emissões”.
Outro grupo de extrema direita, Identidade e Democracia — Reagrupamento Nacional (RN) na França, Alternativa para a Alemanha (AfD), Liga na Itália —, também combate o que descreve como uma “medida discriminatória e de exclusão social”.
As críticas também provêm do partido majoritário em fim de mandato, o Partido Popular Europeu (PPE).
Os partidos alemães da coalizão, CDU e CSU, gostariam de cancelar o ano de 2035 para que os consumidores possam continuar se beneficiando da “tecnologia de vanguarda alemã dos motores de combustão”.
Mas, a nível europeu, onde aparece como favorito nas pesquisas, o PPE não incluiu esse cancelamento em seu programa.
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A líder da lista do partido, Ursula von der Leyen, foi quem conseguiu impor essa proibição no âmbito do “Pacto Verde” europeu, um ambicioso pacote legislativo que deve permitir à UE alcançar seus objetivos climáticos.
“Seria surpreendente se a comissão que implementou o Pacto Verde desse marcha à ré, mas existem riscos sobre sua implementação”, comenta Diane Strauss, da ONG Transport & Environment.
A indústria automotiva, que representa mais de 12 milhões de empregos na Europa, já iniciou a mudança para os veículos elétricos.
Após anos de combate, o lobby dos fabricantes em Bruxelas, a ACEA, garante que respeitará o Pacto Verde europeu.
Os lançamentos de carros 100% elétricos estão se multiplicando e sua cota de mercado aumentou consideravelmente, embora tenha diminuído um pouco desde o fim de 2023.
Os fabricantes já são obrigados a reduzir as emissões de seus veículos na atualidade, sob pena de fortes multas.
Mas um prazo adicional seria bem-vindo, indicou, em fevereiro, o presidente da ACEA e diretor-executivo da Renault, Luca de Meo.
“Espero que a proibição entre em vigor um pouco mais tarde, porque acho que não seremos capazes de fazê-lo sem prejudicar toda a indústria e toda a cadeia de produção do automóvel europeu”, disse ele à AFP.
A Stellantis, número dois do setor na Europa, está “muito atenta ao resultado das eleições nos Estados Unidos e na Europa”, destacou seu diretor-geral, Carlos Tavares, no final de janeiro.
Tavares esboçou dois cenários: uma “aceleração dos carros elétricos” caso os “progressistas dogmáticos” ganhem ou um “retrocesso dos carros elétricos” se os “populistas” vencerem.
Segundo Diane Strauss, o sucesso da proibição em 2035 depende de vários fatores, como a implementação da rede de estações de carga elétrica ou a redução do preço dos carros, por exemplo, através de um “leasing europeu”.
“Um Parlamento muito contrário à eletromobilidade poderia atrasar a implementação de todos os fatores necessários para o sucesso desse projeto”, disse.
Uma “cláusula de revisão” já está prevista em 2026, para fazer uma primeira avaliação da eletrificação.
Ela não implica uma nova votação sobre a data limite, mas poderia reforçar ajustes, alguns dos quais já foram esboçados.
Em 2023, o ministro dos Transportes da Alemanha, o liberal Volker Wissing, ameaçou fazer fracassar o prazo de 2035, exigindo uma exceção para “combustíveis neutros em emissões”.
Esses combustíveis sintéticos, ainda muito energéticos e custosos, deveriam ser reservados prioritariamente para a aviação, mas fabricantes como Porsche, Stellantis e Renault também os estão explorando para os automóveis.